Música
Quem não ouve a melodia acha maluco quem dança...
Oswaldo Montenegro
Trogir, Croácia
Agosto de 2015
Jorge Soares
Câmara: SONY ILCA-77M2, ISO: 3200, Exposição: 1/60 seg., Abertura: 4.0, Extensão focal: 28mm, Flash: Não
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Quem não ouve a melodia acha maluco quem dança...
Oswaldo Montenegro
Trogir, Croácia
Agosto de 2015
Jorge Soares
Câmara: SONY ILCA-77M2, ISO: 3200, Exposição: 1/60 seg., Abertura: 4.0, Extensão focal: 28mm, Flash: Não
Há amor amigo
Amor rebelde
Amor antigo
Amor de pele
Há amor tão longe
Amor distante
Amor de olhos
Amor de amante
Há amor de inverno
Amor de verão
Amor que rouba
Como um ladrão
Há amor passageiro
Amor não amado
Amor que aparece
Amor descartado
Há amor despido
Amor ausente
Amor de corpo
E sangue bem quente
Há amor adulto
Amor pensado
Amor sem insulto
Mas nunca tocado
Há amor secreto
De cheiro intenso
Amor tão próximo
Amor de incenso
Há amor que mata
Amor que mente
Amor que nada mas nada
Te faz contente me faz contente
Há amor tão fraco
Amor não assumido
Amor de quarto
Que faz sentido
Há amor eterno
Sem nunca talvez
Amor tão certo
Que acaba de vez
Donna Maria
Ouvir aqui
Setembro de 2012
Jorge Soares
O primeiro beijo
Recebi o teu bilhete
Para ir ter ao jardim
A tua caixa de segredos
Queres abri-la para mim
E tu não vais fraquejar
Ninguém vai saber de nada
Juro não me vou gabar
A minha boca é sagrada
De estar mesmo atrás de ti
Ver-te da minha carteira
Sei de cor o teu cabelo
Sei o shampoo a que cheira
Já não como já não durmo
E eu caia se te minto
Haverá gente informada
Se é amor isto que eu sinto
Quero o meu primeiro beijo
Não quero ficar impune
E dizer-te cara a cara
Muito mais é o que nos une
Que aquilo que nos separa
Promete lá outro encontro
Foi tão fugaz que nem deu
Para ver como era o fogo
Que a tua boca prometeu
Pensava que a tua lingua
Sabia a flor do jasmim
Sabe a chiclete de mentol
E eu gosto dela assim
Quero o meu primeiro beijo
Não quero ficar impune
E dizer-te cara a cara
Muito mais é o que nos une
Que aquilo que nos separa
Rui Veloso
Ouvir aqui
Parque Urbano de Albarquel
Setúbal, Outubro de 2012
Jorge Soares
memória da noite
Madrugada, o porto adormeceu, amor,
A lua ondula sobre as ondas
Piso espelhos antes de que saia o sol
Na noite guardei a tua memória.
Perderei outra vez a vida
Quando a luz romper nos costões,
Perderei o dia em que aprendi a beijar
Palabras dos teus olhos sobre o mar,
Perderei o dia em que aprendi a beijar
Palavras dos teus olhos sobre o mar.
Veio a manhã antes de vir o rumor,
Levou uma maré à sua sombra.
Barcos negros cruzam a manhã sem voz,
As redes vazias, sem gaivotas.
E dirão, contarão mentiras
Para oferecer-las ao patrão:
Vão querer fechar com algumas moedas, talvez,
Os teus olhos abertos sobre o mar,
Vão querer fechar com algumas moedas, talvez,
Os teus olhos abertos sobre o mar.
Madrugada, o porto despertou, amor,
O relógio do bar ficou parado
Na costeira muda da desolação
Não vamos esquecer nem perdoa-lo.
Voltarei, voltarei à vida
Quando a luz bater nos costões
Por que nós arrancamos todo o orgulho do mar,
Nós não afundaremos nunca mais
Que em sua memória nao haja mais volta:
Nao nos humilharemos NUNCA MAIS.
Xabier Cordal
Ouvir a versão cantada por:
Sara Vidal e Luar na Lubre
Se você quer ser minha namorada
Ai, que linda namorada
Você poderia ser
Se quiser ser somente minha
Exactamente essa coisinha
Essa coisa toda minha
Que ninguém mais pode ser
Você tem que me fazer um juramento
De só ter um pensamento
Ser só minha até morrer
E também de não perder esse jeitinho
De falar devagarzinho
Essas histórias de você
E de repente me fazer muito carinho
E chorar bem de mansinho
Sem ninguém saber porquê
E se mais do que minha namorada
Você quer ser minha amada
Minha amada, mas amada pra valer
Aquela amada pelo amor predestinada
Sem a qual a vida é nada
Sem a qual se quer morrer
Você tem que vir comigo
Em meu caminho
E talvez o meu caminho
Seja triste pra você
Os seus olhos têm que ser só dos meus olhos
E os seus braços o meu ninho
No silêncio de depois
E você tem que ser a estrela derradeira
Minha amiga e companheira
No infinito de nós dois.
Vinícius de Moraes
Lagoa de Óbidos
Julho de 2012
Jorge Soares
Ouvi o texto muito ao longe
era o teu corpo na demanda
não me parecia escrito hoje
mas hoje quis tarefa branda
a de curar a ferida ao sol
no claro-escuro da varanda.
E só depois
para já depois, ao certo
mas fiz ao corpo teu por perto
ouvindo o texto muito ao longe
escrevinhando o sol bate hoje
cartas de amor como o sol manda
vermelho caixa aço pintado
destinatário demasiado
na virtual ida ao deserto.
Escrevi ao corpo teu por perto
na quente pelo como o sol manda
real regresso do deserto
a tua pele muito ao de longe
era o meu texto na demanda
não me parecia escrito hoje.
Ouvi o texto muito ao longe
não me parecia escrito hoje.
Sérgio Godinho
Lisboa
Janeiro de 2012
Jorge Soares
Esse sorriso que baila assim no meu pensamento
Entrou sem pedir licença no lado esquerdo do meu peito
Entrou invadindo, entrou dominando os meus sentimentos, meu comportamento
Vive em mim, como modo de vida
Montou acampamento como p'ra eternidade
Pr'a meu contentamento trouxe a esperança
Na minha alma a felicidade
No dia em que te vi
Com os meus olhos te beijei
Feliz eu me senti
Quando te encontrei
No dia em que te vi
Os beijos que te dei
Perdida eu vivi
Coisas que só eu sei
Esse sorriso que desfez o meu sofrimento
E satisfez o meu coração
Me ofuscou, me agarrou, me apanhou na emboscada
E meus olhos deitados em ti ficaram
O que sinto por ti está a tornar-se coisa séria
Quero estar preso a ti como as raízes à terra
E como um papagaio de papel colorido no céu azul
Quero contigo voar
No dia em que te vi
Com os meus olhos te beijei
Feliz eu me senti
Quando te encontrei
No dia em que te vi
Os beijos que te dei
Perdida eu vivi
Coisas que só eu sei
Mercado Negro e Liliana
Tela
Quero pintar a minha vida de todas as cores
Quero pintar...por ti
E quando chegar o momento
Deixa-te pintar
Deixa-te levar
Deixa-te pintar
Na minha sala sob a luz do luar
Perde-te no tempo... deixa-te levar
Pintei o teu corpo numa tela
Esculpi o teu rosto à luz da vela
Pintei o teu corpo... pintei
Quero pintar a minha vida de todas as cores
E vou-me lembrar... de ti
E quando chegar o momento
Deixa-te levar
Deixo-me encantar
Deixa-te pintar
Na minha sala sob a luz do luar
Perde-te no tempo... deixa-te levar
Pintei o teu corpo numa tela
Esculpi o teu rosto à luz da vela
Pintei o teu corpo numa tela
Esculpi o teu rosto à luz da vela
Pintei o teu corpo... pintei
Santos e Pecadores
Carnaval de Estarreja 2011
Março de 2011
Quando Lisboa escurece
E devagar adormece
Acorda a luz que me guia
Olho a cidade e parece
Que é de tarde que amanhece
Que em Lisboa é sempre dia
Cidade sobrevivente
de um futuro sempre ausente
de um passado agreste e mudo
Quanto mais te enches de gente
Mais te tornas transparente
Mais te redimes de tudo
Acordas-me adormecendo
E dos Sonhos que vais tendo
Faço a minha realidade
E é de noite que eu acendo
A luz do dia que aprendo
Com a tua claridade
Manuela de Freitas
Ouvir cantado pelo Camané
Ao Sol
Eu só queria despir-nos
Como se tira habilmente
A seda aos pêssegos
E nus adormecermos
Sem saber quem somos
Sem jogos aos ombros
Que vêm de pequenos
Pelo faro pelos poros
Pelo sono dos cabelos
Pelo estalinho dos dedos
Eu só queria deixar-nos
Como o sol a bater
Na cal dos muros
E nus adormecermos
Sem contar os beijos
Sem dizer piropos
Como o cio dos frutos
Como a pele dos bichos
Como o íman dos olhos
Dos velhos sentados”
Joaquim Castro Caldas
Ouvir Por Tiago Bettencourt e Inês castelo Branco