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Momentos e Olhares

A vida é feita de momentos, alguns são apagados, levados pelas ondas da vida, outros ficam, perduram na nossa memória e fazem de nós o que somos, olhares, vivências, recordações e saudade! -Jorge Soares

Momentos e Olhares

A vida é feita de momentos, alguns são apagados, levados pelas ondas da vida, outros ficam, perduram na nossa memória e fazem de nós o que somos, olhares, vivências, recordações e saudade! -Jorge Soares

Cais das colunas

Pôr do Sol em Lisboa

 

Também já ali  estive assim, só, a tentar enganar a tristeza da solidão com a quietude do rio e a beleza do pôr do Sol, foram incontáveis as vezes que a caminho do quarto onde costumava morar, me sentei ali a ver o vai vem dos barcos e o voo das gaivotas. É sem dúvida o meu lugar preferido de Lisboa.

 

Já não recordo a última vez que lá estive ou sequer lá passei, hoje fomos lá com os miúdos, havia uma enorme multidão, muitíssimos turistas e até um grupo de música brasileira... mas há coisas que não mudam, o voo as gaivotas, a serenidade do Tejo e pôr do sol magnifico.

 

Cais das Colunas, 

Lisboa, Janeiro de 2012

Jorge Soares

em todas as ruas te perco

Saudades do pôr do sol .. Alviães.

 

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco

Mário Cesariny

 

O Pôr do sol da minha infância

Alviães, Oliveira de Azemeis

Agosto de 2011

Jorge Soares

E descobrir em sonhos uma razão maior para continuar a respirar…


Pôr do Sol em Monsaraz, Alentejo

 

Poema da insónia

 

Deitou-se, o corpo dorido sobre o tapete macio do quarto.

O sono fugira-lhe por entre os dedos, como uma memória tardia.

Por um segundo, desejou ser pássaro, gaivota ou simples rouxinol, sem mais palavras que o cantar trinado das manhãs.

Porque teria que ser tudo… tão complicado?

Porquê… tantos porquês?

 

Já dizia o célebre escritor romano Públio Siro “ Ninguém pode fugir ao amor e à morte “.

 

Fechou os olhos. Divagava.

 

Não queria fugir.

Nem ficar.

Não queria estar… nem deixar de estar.

 

Que angústia, a de querer nada ser, nada sentir, nada sofrer.

Simplesmente adormecer.

E descobrir em sonhos uma razão maior para continuar a respirar…

 

Rolando Palma 

 

Pôr do Sol em Monsaraz, Julho de 2011

Jorge Soares

 

 

Eu tenho um pião

O pião

 

Lembro-me que demorei imenso tempo até que o consegui fazer girar pela primeira vez, era um tempo em que os piões eram feitos de madeira torneada, não eram de plástico nem vinham da China em caixas de cartão, eram lançados com uma guita de cordel, não vinham com lançadores nem com fitas de plástico.

 

Eram da cor da madeira, mas nós fazíamos concursos de decoração, com os lápis de cera íamos pintando riscas de várias cores e depois ficávamos embevecidos a olhar para os efeitos fantásticos que obtínhamos quando os fazíamos girar.

 

No intervalo da escola fazíamos um circulo na terra do recreio e cada um jogava o seu, os que ficavam dentro do circulo terminavam vitimas da perícia dos amigos para acertarem com os bicos de aço, no fim do intervalo contavam-se as feridas abertas e havia sempre alguém que terminava com um pião aberto ao meio... baixas de guerra.

 

A habilidade sublime era lançar o pião no chão e depois colhê-lo e faze-lo girar na palma da mão... 

 

Olhei para este e fiquei com saudades de mim e dos meninos que jogavam ao pião comigo.

 

Vila Nova de Milfontes, Alentejo

Abril de 2011

 

Jorge Soares

Velhas árvores

Outono

 

Velhas Árvores

 

Olha estas velhas árvores, mais belas 
Do que as árvores novas, mais amigas: 
Tanto mais belas quanto mais antigas, 
Vencedoras da idade e das procelas... 

O homem, a fera, e o inseto, à sombra delas 
Vivem, livres de fomes e fadigas; 
E em seus galhos abrigam-se as cantigas 
E os amores das aves tagarelas. 

Não choremos, amigo, a mocidade! 
Envelheçamos rindo! envelheçamos 
Como as árvores fortes envelhecem: 

Na glória da alegria e da bondade, 
Agasalhando os pássaros nos ramos, 
Dando sombra e consolo aos que padecem! 

Olavo Bilac, in "Poesias"


 

Parece que o inverno veio para ficar... já tenho saudades do Outono.. do Outono de cores suaves e cálidas do Gerês.

 

Portela de Leonte

Novembro de 2010

Jorge Soares

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