O barco triste!
Nas praias
Da minha infância
Morrem barcos
Desmantelados.
Fantasmas
De pescadores
Contrabandistas
Desaparecidos
Em qualquer vaga
Nem eu sei onde.
E eu sou a mesma
Tenho dez anos
Brinco na areia
Empunho os remos...
Canto e sorrio...
A embarcação:
Para o mar!
É para o mar!...
E o pobre barco
O barco triste
Cansado e frio
Não se moveu..
YOLANDA MORAZZO
(Mindelo, Ilha de S.Vicente, Cabo Verde, 16/12/1928)
Seixal, Outubro de 2008