Sofro Lídia
Sofro, Lídia, do medo do destino.
A leve pedra que um momento ergue
As lisas rodas do meu carro, aterra
Meu coração.
Tudo quanto me ameace de mudar-me
Para melhor que seja, odeio e fujo.
Deixem-me os deuses minha vida sempre
Sem renovar
Meus dias, mas que um passe e outro passe
Ficando eu sempre quase o mesmo, indo
Para a velhice como um dia entra
No anoitecer.
Fernado Pessoa in Cancioneiro
Nov 22, 2008, Câmara: SONY DSLR-A350,ISO: 320,Exposição: 1/30 seg.,Abertura: 3.5,Extensão focal: 18mm Flash: Não
Lisboa, Praça do Comércio, Novembro de 2008