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Momentos e Olhares

A vida é feita de momentos, alguns são apagados, levados pelas ondas da vida, outros ficam, perduram na nossa memória e fazem de nós o que somos, olhares, vivências, recordações e saudade! -Jorge Soares

Momentos e Olhares

A vida é feita de momentos, alguns são apagados, levados pelas ondas da vida, outros ficam, perduram na nossa memória e fazem de nós o que somos, olhares, vivências, recordações e saudade! -Jorge Soares

Quinto Poema do pescador

Monumento aos pescadores, Setúbal

 

Quinto Poema do pescador

 

Eu não sei de oração senão perguntas 

ou silêncios ou gestos de ficar 
de noite frente ao mar não de mãos juntas 
mas a pescar. 
Não pesco só nas águas mas nos céus 
e a minha pesca é quase uma oração 
porque dou graças sem saber se Deus 
é sim ou não. 


Manuel Alegre 

 

Fim de tarde em Setúbal

Monumento ao Pescador, Setúbal

Março de 2009

 

 

Mar 22, 2009. Câmara: SONY.  Modelo: DSLR-A350. ISO: 100. Exposição: 1/125 seg. Abertura: 9.0. Extensão focal: 55mm. Flash utilizado: Não

 

De tarde

 Papoila

 

De tarde

 

Naquele pic-nic de burguesas,
Houve uma coisa simplesmente bela,
E que, sem ter história nem grandezas,
Em todo o caso dava uma aguarela.

Foi quando tu, descendo do burrico,
Foste colher, sem imposturas tolas,
A um granzoal azul de grão-de-bico,
um ramalhete rubro de papoulas.

Pouco depois, em cima duns penhascos,
Nós acampámos, inda o Sol se via;
E houve talhadas de melão, damascos,
E pão-de-ló molhado em malvasia.

Mas, todo púrpuro a sair da renda
Dos teus dois seios como duas rolas,
Era o supremo encanto da merenda
O ramalhete rubro das papoulas!

 

Cesário Verde, O Livro de Cesário Verde, Biblioteca Ulisseia de Autores Portugueses, 1995

 

Obrigado Otilia

 

Num dia de chuva em Setúbal, uma papoila molhada.

Setúbal, Maio de 2009

Lágrima de preta

Lágrima de preta

 

Lágrima de preta

Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.

Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.

Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.

Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.

Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:

nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.
 

António Gedeão 

Papoilas vermelhas

 Flores silvestres... papoilas

Papoila

Papoila vermelha

Papoila

Papoila

 

Gosto de sair de casa com a máquina a tiracolo e ir por aí, na parte de trás de onde vivo passa um ribeiro, há uns dias atrás ainda corria um fino rego de água, acho que hoje já não corre nenhuma....  mas as margens continuam mais ou menos assim, vestidas com as cores da Primavera....a natureza é linda, basta saber olhar.

 

Papoilas vermelhas

Setúbal, Abril de 2009

 

 

Eu me ausento de ti, meu pátrio Sado

Eu me ausento de ti meu pátrio Sado- Bocage

 

Eu me ausento de ti, meu pátrio Sado, 

Mansa corrente deleitos, amena, 
Em cuja praia o nome de Filena 
Mil vezes tenho escrito, e mil beijado: 

Nunca mais me verás entre o meu gado 
Soprando a namorada e branda avena, 
A cujo som descias mais serena, 
Mais vagarosa para o mar salgado: 

Devo enfim manejar por lei da sorte 
Cajados não, mortíferos alfanges 
Nos campos do colérico Mavorte; 

E talvez entre impávidas falanges 
Testemunhas farei da minha morte 
Remotas margens, que humedece o Ganjes. 

Bocage, in 'Rimas'

 

Fotografia tirada na Baixa de Setúbal num fim de tarde de Abril de 2009

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