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Momentos e Olhares

A vida é feita de momentos, alguns são apagados, levados pelas ondas da vida, outros ficam, perduram na nossa memória e fazem de nós o que somos, olhares, vivências, recordações e saudade! -Jorge Soares

Momentos e Olhares

A vida é feita de momentos, alguns são apagados, levados pelas ondas da vida, outros ficam, perduram na nossa memória e fazem de nós o que somos, olhares, vivências, recordações e saudade! -Jorge Soares

El Mar

 El mar.. o mar, Portimão

 

NECESITO del mar porque me enseña:
no sé si aprendo música o conciencia:
no sé si es ola sola o ser profundo
o sólo ronca voz o deslumbrante
suposición de peces y navios.
El hecho es que hasta cuando estoy dormido
de algún modo magnético circulo
en la universidad del oleaje.
No son sólo las conchas trituradas
como si algún planeta tembloroso
participara paulatina muerte,
no, del fragmento reconstruyo el día,
de una racha de sal la estalactita
y de una cucharada el dios inmenso.

Lo que antes me enseñó lo guardo! Es aire,
incesante viento, agua y arena.

Parece poco para el hombre joven
que aquí llegó a vivir con sus incendios,
y sin embargo el pulso que subía
y bajaba a su abismo,
el frío del azul que crepitaba,
el desmoronamiento de la estrella,
el tierno desplegarse de la ola
despilfarrando nieve con la espuma,
el poder quieto, allí, determinado
como un trono de piedra en lo profundo,
substituyó el recinto en que crecían
tristeza terca, amontonando olvido,
y cambió bruscamente mi existencia:
di mi adhesión al puro movimiento.

 

Pablo Neruda

Poemas del Alma

À beleza

Dente de Leão

 

 À Beleza

 

Não tens corpo, nem pátria, nem família, 

Não te curvas ao jugo dos tiranos. 

Não tens preço na terra dos humanos, 

Nem o tempo te rói. 

És a essência dos anos, 

O que vem e o que foi. 

 

És a carne dos deuses, 

O sorriso das pedras, 

E a candura do instinto. 

És aquele alimento 

De quem, farto de pão, anda faminto. 

 

És a graça da vida em toda a parte, 

Ou em arte, 

Ou em simples verdade. 

És o cravo vermelho, 

Ou a moça no espelho, 

Que depois de te ver se persuade. 

 

És um verso perfeito 

Que traz consigo a força do que diz. 

És o jeito 

Que tem, antes de mestre, o aprendiz. 

 

És a beleza, enfim. És o teu nome. 

Um milagre, uma luz, uma harmonia, 

Uma linha sem traço... 

Mas sem corpo, sem pátria e sem família, 

Tudo repousa em paz no teu regaço. 

 

Miguel Torga, in 'Odes'

Era uma galinha cor de rosa

Galinha cor de rosa 


Era uma galinha cor-de-rosa,

Metida a chique, toda orgulhosa,

Que detestava pisar no chão

Cheio de lama do galinheiro.

 

 

 

Ficava no alto do poleiro

E quando saía do lugar,

Batia as asas para voar.

Mas seus pés acabavam na lama.

 

 

 

Aí armava o maior chilique,

Cacarejava, bicava o galo,

E depois, com ar de rainha,

Lavava os pés numa pocinha.

 

DUDA MACHADO

 

Do livro:

 

Histórias com poesia, alguns bichos e Cia. Duda Machado, Editora 34:2003

 

Em tempos havia lá

Em tempos havia lá .... papoilas

 

 

Em tempos, havia lá...

 

Ai, quem me dera correr para lá. E chegar! Depois, rebolava e ria à gargalhada. Calava-me. Para ouvir os piscos a voar. E invejar-lhes a beleza da cor. A magia da voz. A afinação dos trinados na frescura da tarde. Tão tarde! O domínio apenas existe no nevoeiro da minha visão. Sobram vulcões de urbanidade de alicerces construídos. Os piscos aborrecem-se com os rumores das betoneiras.

 

Ai, quem me dera estar lá. E ficar! Saltitava de flor em flor. Escolhia-as pela cor. Sentava-me. Por estranhar efemeridade. E  abençoar-lhes a fragrância. O apego do caule. A verdade do viço na quietude da manhã. Tão cedo! Agora, as pétalas de cetim perduram pobremente no tacto dos meus dedos. Permanecem chãos de papoilas que eu matizo, se me importuno. Eu aborreço-me com os alvoroços dos jardins.

 

E agora que não estou. Eu sei! Sempre que chovia, eram as papoilas que me abrigavam. Na fragilidade das varetas. No agasalho do pano que olhava para a chuva. Para lhe descobrir o destino. A água esquecia-me e dirigia-se abundantemente para a raiz. Sustento. Eu apenas a honrava. Hoje enalteço-a.  Nua no desassossego quente do Sol. Está escuro e eu olho para lá. E percebo porque tanto gosto da chuva… e de guarda-chuvas vermelhos.

 

Texto By Paola, publicado no blog  Ponto de admiração

Charneca em flor

Charneca em flor. Florbela Espanca

Charneca em Flor

Enche o meu peito, num encanto mago,
O frémito das coisas dolorosas...
Sob as urzes queimadas nascem rosas...
Nos meus olhos as lágrimas apago...

Anseio! Asas abertas! O que trago
Em mim? Eu oiço bocas silenciosas
Murmurar-me as palavras misteriosas
Que perturbam meu ser como um afago!

E, nesta febre ansiosa que me invade,
Dispo a minha mortalha, o meu bruel,
E já não sou, Amor, Soror Saudade...

Olhos a arder em êxtases de amor,
Boca a saber a sol, a fruto, a mel:
Sou a charneca rude a abrir em flor!
 

Florbela Espanca 

Detalhes da Irlanda:Os Corvos

O corvo

O corvo de Carrigaline

Corvo na Relva, carrigaline, Irlanda

Corvos na relva, Carrigaline, Irlanda

Corvo 

Eles andavam por todos lados, havia imensos, nas povoações eram estes mais escuro, nos campos havia uns muito mais vistosos, com a cabeça e as asas negras e o corpo cinza, acho que o da segunda fotografia é um desses...não fosse ter ficado escura..... Apanhei estes num jardim, andavam por ali a depenicar a relva e as margens do lago...... Corvos Irlandeses.

 

Carrigaline, Cork, Irlanda

Abril de 2009

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