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Momentos e Olhares

A vida é feita de momentos, alguns são apagados, levados pelas ondas da vida, outros ficam, perduram na nossa memória e fazem de nós o que somos, olhares, vivências, recordações e saudade! -Jorge Soares

Momentos e Olhares

A vida é feita de momentos, alguns são apagados, levados pelas ondas da vida, outros ficam, perduram na nossa memória e fazem de nós o que somos, olhares, vivências, recordações e saudade! -Jorge Soares

Num dia de calor no Alentejo ......

Fas ultimas flores do verão

O bichinho e as flores amarelas

As flores e o bichinho amarelo

As ultimas flores do Alentejo

O bichinho amarelo, Portalegre 

 

... debaixo das oliveiras já tudo é castanho e seco, não restam pastos só um pouco de verde pintalgado de amarelo, as ultimas flores antes que os mais de 30 graus terminem por secar mesmo tudo.

 

Parei a experimentar umas macros, de repente reparei nas pintas negras por entre o amarelo das pequenas flores... e aqui está ele.

 

Portalegre

Julho de 2009

Jorge Soares

Ilusão perdida

 A espera

 

Florida ilusão que em mim deixaste 
a lentidão duma inquietude 
vibrando em meu sentir tu juntaste 
todos os sonhos da minha juventude. 

Depois dum amargor tu afastaste-te, 
e a princípio não percebi. Tu partiras 
tal como chegaste uma tarde 
para alentar meu coração mergulhado 

na profundidade dum desencanto. 
Depois perfumaste-te com meu pranto, 
fiz-te doçura do meu coração, 

agora tens aridez de nó, 
um novo desencanto, árvore nua 
que amanhã se tornará germinação. 

Pablo Neruda, in 'Cadernos de Temuco' 
Tradução de Albano Martins

 

 

 
Setúbal

Março de 2009

 

Jorge Soares

 

Mar 21, 2009,Câmara: SONY DSLR-A350,ISO: 100,Exposição: 1/320 seg.,Abertura: 9.0Extensão focal: 55mm

 

Alentejo floriste e eles envelhecem

O velho alentejano 

Alentejo floriste e eles envelhecem 


Enrolo-me nos raios suaves do sol pôr
Esqueço a tarde, não vejo o tempo passar 
Nem tão pouco os pássaros a se abrigar
Esqueço o verão, o campo e o sol abrasador

Olho-te Alentejo, eterno grande amor
Sinto cada ruga socalcos no olhar
Daquele velho sentado a dormitar
Pensando esconder a mágoa no calor

Da juventude que um dia te entregou
Quando acreditava em ti, pó e sangue
Todos os anseios e ideais em vida soterrou

Amordaçou o sentir na lágrima que correu
Assim te regou com o seu próprio sangue
Alentejo floriste e ele envelheceu


ANTONIA RUIVO

 

Vila Nova de Milfontes, Odemira

Junho de 2009


Jun 13, 2009, Câmara: SONY DSLR-A350, ISO: 100, Exposição: 1/160 seg., Abertura: 7.1, Extensão focal: 70mm

Rosa pálida

Uma rosa

 

 

Rosa pálida, em meu seio 
Vem, querida, sem receio 
Esconder a aflita cor. 
Ai!, a minha pobre rosa! 
Cuida que é menos formosa 
Porque desbotou de amor. 

Pois sim... quando livre, ao vento, 
Solta de alma e pensamento, 
Forte de tua isenção, 
Tinhas na folha incendida 
O sangue, o calor e a vida 
Que ora tens no coração. 

Mas não eras, não, mais bela, 
Coitada, coitada dela, 
A minha rosa gentil! 
Coravam-na então desejos, 
Desmaiam-na agora os beijos... 
Vales mais mil vezes, mil. 

Inveja das outras flores! 
Inveja de quê, amores? 
Tu, que vieste dos Céus, 
Comparar tua beleza 
Às filhas da natureza! 
Rosa, não tentes a Deus. 

E vergonha!... de quê, vida? 
Vergonha de ser querida, 
Vergonha de ser feliz! 
Porquê?... porquê em teu semblante 
A pálida cor da amante 
A minha ventura diz? 

Pois, quando eras tão vermelha 
Não vinha zângão e abelha 
Em torno de ti zumbir? 
Não ouvias entre as flores 
Histórias dos mil amores 
Que não tinhas, repetir? 

Que hão-de eles dizer agora? 
Que pendente e de quem chora 
É o teu lânguido olhar? 
Que a tez fina e delicada 
Foi, de ser muito beijada, 
Que te veio a desbotar? 

Deixa-os: pálida ou corada, 
Ou isenta ou namorada, 
Que brilhe no prado flor, 
Que fulja no céu estrela, 
Ainda é ditosa e bela 
Se lhe dão só um amor. 

Ai!, deixa-os, e no meu seio 
Vem, querida, sem receio 
Vem a frente reclinar. 
Que pálida estás, que linda! 
Oh!, quanto mais te amo ainda 
Dês que te fiz desbotar. 

Almeida Garrett, in 'Folhas Caídas'

 


Num dos meus passeios de fim de tarde de verão, algures numa avenida em Setúbal, uma rosa num quintal... linda!
 
Jorge Soares
 
Jul 2, 2009, Câmara: SONY , DSLR-A350,ISO: 400,Exposição: 1/200 seg.,Abertura: 5.0,Extensão focal: 160mm

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