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Momentos e Olhares

A vida é feita de momentos, alguns são apagados, levados pelas ondas da vida, outros ficam, perduram na nossa memória e fazem de nós o que somos, olhares, vivências, recordações e saudade! -Jorge Soares

Momentos e Olhares

A vida é feita de momentos, alguns são apagados, levados pelas ondas da vida, outros ficam, perduram na nossa memória e fazem de nós o que somos, olhares, vivências, recordações e saudade! -Jorge Soares

Química

 

Qúimica..a flor e a borboleta

 

 

Sublimemos, amor. Assim as flores 

No jardim não morreram se o perfume 

No cristal da essência se defende. 

Passemos nós as provas, os ardores: 

Não caldeiam instintos sem o lume 

Nem o secreto aroma que rescende. 

 

José Saramago, in "Os Poemas Possíveis"

 

Setúbal, Novembro de 2009

 

Jorge Soares

 

Máquina SONY DSLR-A350, Exposição 1/400, Abertura f/5.6, ISO 100, Flash Não, Dist.Focal 200 mm

Um cheirinho a Primavera

Flor de pessegueiro em Albarquel

Flor de pessegueiro

Flores de pessegueiro, Albarquel

Flor de pessegueiro

Flor de pessegueiro 

 

Ontem finalmente o tempo acalmou por estes lados, não estava um sol radiante, mas não chovia nem prometia chuva, tiramos as bicicletas e fomos os 4 até ao parque urbano de Albarquel, numa das encostas estava um pessegueiro carregado de flores.... a cheirar a Primavera,

 

Parque Urbano de Albarquel, Setúbal

 

Janeiro de 2010

Jorge Soares

Gato que brincas na rua

Gato

 

Gato que brincas na rua

Como se fosse na cama,

Invejo a sorte que é tua

Porque nem sorte se chama.

 

Bom servo das leis fatais

Que regem pedras e gentes,

Que tens instintos gerais

E sentes só o que sentes.

 

És feliz porque és assim,

Todo o nada que és é teu

Eu vejo-me e estou sem mim,

Conheço-me e não sou eu.

 

                         Janeiro de 1931

 

Fernando Pessoa

 

Setúbal Abril de 2009

Jorge Soares

Ter [na ausência das marés]

Bruno mar, no sado

 

Tenho frio. Tendo um copo de vinho que se esvazia na gula dos dedos boquiabertos. Tenho sede. Embriago-me na tristeza liquefeita da vinha. Na ira da raiz. Esfrego as mãos nas parras que se despedaçam na terra. Tenho o enjoo encostado a mim. Que me atravessa em pontos determinados. No alvoroço das marés. Remo no silêncio sossegado da baixa-mar. No instante em que o horizonte é lugar no longe. No nada. Na efeméride calada. Tenho olhos de vidro. Escaqueirados no areal. Lá, onde os copos não existem e os vinhos não transportam alegrias de entoar.

 

Vai-te, flutuante casa da memória. A minha ferida segue à bolina na doce espuma do desgosto. Enfeitada com vozes afónicas. Tenho a noite. Que é mais segura sem ti. De dia, sobram-me roncos dos barcos vazios. Esburacados. Rombos nas mãos que ainda tenho. Na sede da água que se foi com a maré… Outra vez a casa. A casa deles não vem com o mar. Tenho a memória dos pardais que trinavam no telhado. A ver aqueles barcos que já não podem naufragar.

 

Sou barca atracada na quietude do desabrigo. Tenho uma mansa planície de papoilas azuis no sangue. Ardo na língua do Sol. E o barco segue, como se a foz o não tivesse afogado. Como se as amarras detivessem o vendaval. O homem do barco a remos desligou o motor. E as barcas persistem no seu carregar. Não tenho. Mas as gaivotas caçam o equívoco da abundância…

 
Texto da Paola, retirado do blog Ponto de Admiração
 
Barco no rio Sado
Setúbal, Outubro de 2009
Jorge Soares
 
25 de Out de 2009,Câmara: SONY DSLR-A350,ISO: 100,Exposição: 1/250 seg.,Abertura: 13.0,Extensão focal: 60mm

A cidade é um chão de palavras pisadas

A cidade é um chão de palavras pisadas 

A cidade é um chão de palavras pisadas

 

A cidade é um chão de palavras pisadas

a palavra criança  a palavra segredo.

A cidade é um céu de palavras paradas

a palavra distância  e a palavra medo.

 

A cidade é um saco  um pulmão que respira

pela palavra água  pela palavra brisa

A cidade é um poro  um corpo que transpira

pela palavra sangue  pela palavra ira.

 

A cidade tem praças de palavras abertas

como estátuas mandadas apear.

A cidade tem ruas de palavras desertas

como jardins mandados arrancar.

 

A palavra sarcasmo é uma rosa rubra.

A palavra silêncio é uma rosa chá.

Não há céu de palavras que a cidade não cubra

não há rua de sons que a palavra não corra

à procura da sombra de uma luz que não há.

 

                  José Carlos Ary dos Santos

 

Setúbal, Câmara Municipal, Praça do Bocage

Julho de 2009

Jorge Soares

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