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Momentos e Olhares

A vida é feita de momentos, alguns são apagados, levados pelas ondas da vida, outros ficam, perduram na nossa memória e fazem de nós o que somos, olhares, vivências, recordações e saudade! -Jorge Soares

Momentos e Olhares

A vida é feita de momentos, alguns são apagados, levados pelas ondas da vida, outros ficam, perduram na nossa memória e fazem de nós o que somos, olhares, vivências, recordações e saudade! -Jorge Soares

Aquela Porta

Aquela porta

 

 “Aquela porta”


O tempo segue, caminhando lento.
Ignorando minha maior verdade
Nessa cruel espera moram as horas
Alheias a dor da imensa saudade
E num turbilhão, as lembranças.
Intensas refletem nos meus versos
Ferem, reavivando os sentidos.
Trazem velhos sonhos já dispersos
Não demora, porque hoje preciso.
Ver a saudade viva no teu olhar
Aninhada, protegida em teu peito.
Quero ouvir outra vez, teu respirar.
Divisando teu olhar, já concluo.
Se tiver o brilho do teu sorriso
Chovendo assim em minha seara
Tenho tudo, e de mais nada preciso.
Quebre as amarras, viole os sentidos.
Reviva o sonho, sem pressa de ir embora.
Quando trancar aquela porta, por favor.
Sem nenhum medo, lance a chave fora.

Glória Salles

 

Ribeira do Porto, Junho de 2008

Jorge Soares

 

28 de Jun de 2008 Câmara: OLYMPUS FE-140,X-725, ISO: 80, Exposição: 1/125 seg., Abertura: 3.7, Extensão focal: 8.4mm

O poderio da solidão

Solidão

 

Quando é grande o poderio 
da solidão, ao seu lado 
estanca a aura exterior do brilho 
que a fica aí preservando. 
Às vezes, outra se avizinha. O sítio 
da vizinhança contamina o espaço. 
E uma como que luz que antecedesse o espírito 
remove o vácuo, 
de forma a ele se ir constituindo 
espera de verbo. Âmbito 
a iluminar-se recinto 
aonde as solidões, aproximando- 
-se a frequência aumentassem do alto poderio 
e estancassem ao bordo granítico do canto. 
 

Fernando Echevarría, in "Figuras" 

 

Fim de tarde no rio Judeo

Seixal, Outubro de 2008

Jorge Soares

À beleza

A beleza

 

Não tens corpo, nem pátria, nem família, 

Não te curvas ao jugo dos tiranos. 

Não tens preço na terra dos humanos, 

Nem o tempo te rói. 

És a essência dos anos, 

O que vem e o que foi. 

 

És a carne dos deuses, 

O sorriso das pedras, 

E a candura do instinto. 

És aquele alimento 

De quem, farto de pão, anda faminto. 

 

És a graça da vida em toda a parte, 

Ou em arte, 

Ou em simples verdade. 

És o cravo vermelho, 

Ou a moça no espelho, 

Que depois de te ver se persuade. 

 

És um verso perfeito 

Que traz consigo a força do que diz. 

És o jeito 

Que tem, antes de mestre, o aprendiz. 

 

És a beleza, enfim. És o teu nome. 

Um milagre, uma luz, uma harmonia, 

Uma linha sem traço... 

Mas sem corpo, sem pátria e sem família, 

Tudo repousa em paz no teu regaço. 

 

Miguel Torga, in 'Odes'

 

Rio Judeu, Seixal

Outubro de 2008

A Mata do ..... Buçaco... ou será Bussaco?

Bussaco ou Buçaco? 

Este é um blog de fotografia, o que não quer dizer que eu não tente ter algum cuidado com o meu (pobre e maltratado por mim) português, ontem quando preparava o post com as fotografias da mata assaltou-me a dúvida, será Buçaco ou Bussaco?, fui ao Google, no priberam online nenhuma das duas palavras tem significado e só Buçaco aparece referenciada, dei uma olhadela por alguns sites, foi ao google Maps e lá o que aparece é Buçaco.... decidi acreditar no mapa, até porque encontrei um outro site com um mapa antigo onde está escrito bem grande "Mata do Buçaco".

 

A Andreia passou por cá e ainda que indirectamente deixou-me a deixa, ela até é de por aqueles lados e do comentário dela adivinhei que me tentou corrigir, para ela é Bussaco...e de novo se instalou a dúvida na minha mente.. .Bussaco ou Buçaco.... e lá voltei ao google... para ficar na mesma, há quem diga que ambas as designações são válidas, sendo que Buçaco é a designação antiga e Bussaco é a moderna..... Curiosamente o corrector do Chrome dá erro em Bussaco.. o do SAPO também, mas parece que quem vive por lá acha que é Bussaco....... estou baralhado... alguém me esclarece?.. é que eu tenho fotografias para mais 4 ou 5 posts.....

 

Jorge Soares

Realidade

Lisboa, São Bento

Realidade

 

Sim, passava aqui frequentemente há vinte anos... 

Nada está mudado - ou, pelo menos, não dou por isto - 

Nesta localidade da cidade ...

Há vinte anos!... 

O que eu era então!  Ora, era outro... 

Há vinte anos, e as casas não sabem de nada...

 

Vinte anos inúteis (e sei lá se o foram! 

Sei eu o que é útil ou inútil?)... 

Vinte anos perdidos (mas o que seria ganhá-los?)

 

Tento reconstruir na minha imaginação 

Quem eu era e como era quando por aqui passava 

Há vinte anos... 

Não me lembro, não me posso lembrar.

 

O outro que aqui passava, então,  

Se existisse hoje, talvez se lembrasse... 

Há tanta personagem de romance que conheço melhor por dentro 

De que esse eu-mesmo que há vinte anos passava por aqui!

 

Sim, o mistério do tempo. 

Sim, o não se saber nada,  

Sim, o termos todos nascido a bordo 

Sim, sim, tudo isso, ou outra forma de o dizer...

 

Daquela janela do segundo andar, ainda idêntica a si mesma, 

Debruçava-se então uma rapariga mais velha que eu, mais 

lembradamente de azul.

 

Hoje, se calhar, está o quê? 

Podemos imaginar tudo do que nada sabemos. 

Estou parado físisca e moralmente: não quero imaginar nada...

 

Houve um dia em que subi esta rua pensando alegremente no futuro,  

Pois Deus dá licença que o que não existe seja fortemente iluminado,  

Hoje, descendo esta rua, nem no passado penso alegremente. 

Quando muito, nem penso... 

Tenho a impressão que as duas figuras se cruzaram na rua, nem então nem agora,  

Mas aqui mesmo, sem tempo a perturbar o cruzamento.

 

Olhamos indiferentemente um para o outro. 

E eu o antigo lá subi a rua imaginando um futuro girassol,  

E eu o moderno lá desci a rua não imaginando nada.

 

Talvez isso realmente se desse... 

Verdadeiramente se desse... 

Sim, carnalmente se desse...

 

Sim, talvez...

 
Alvaro De Campos
 
Lisboa, Março de 2009
Jorge Soares

Mata nacional do Buçaco 1

Mata nacional do Buçaco

Mata nacional do Buçaco

Mata nacional do Buçaco

Mata nacional do Buçaco

Mata Nacional do Buçaco 

Estava a chover, na verdade, esteve a chover o tempo todo e o que iam ser belos passeios a pé pela mata nacional, converteram-se num passeio de carro com paragens rápidas no intervalo entre entre aguaceiros... para além de  molhado e enlameado, estava verde da cor do musgo e da natureza.

 

Mata Nacional do Buçaco, Luso,

Dezembro de 2009

Jorge Soares

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Uma vez que a maioria das fotografias foram feitas em locais públicos mas sem autorização dos intervenientes, se por qualquer motivo não desejarem que sejam divulgadas neste blog entrem em contacto comigo e serão retiradas de imediato.

 

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