Há tesouros na areia da praia
Conchas na areia da praia em Tróia, Setúbal
Junho de 2010
Jorge Soares
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Conchas na areia da praia em Tróia, Setúbal
Junho de 2010
Jorge Soares
Flores, um olhar desde outra perspectiva
Salema, Vila do Bispo
Junho de 2010
Jorge Soares
Procuro-te
Procuro a ternura súbita,
os olhos ou o sol por nascer
do tamanho do mundo,
o sangue que nenhuma espada viu,
o ar onde a respiração é doce,
um pássaro no bosque
com a forma de um grito de alegria.
Oh, a carícia da terra,
a juventude suspensa,
a fugidia voz da água entre o azul
do prado e de um corpo estendido.
Procuro-te: fruto ou nuvem ou música.
Chamo por ti, e o teu nome ilumina
as coisas mais simples:
o pão e a água,
a cama e a mesa,
os pequenos e dóceis animais,
onde também quero que chegue
o meu canto e a manhã de maio.
Um pássaro e um navio são a mesma coisa
quando te procuro de rosto cravado na luz.
Eu sei que há diferenças,
mas não quando se ama,
não quando apertamos contra o peito
uma flor ávida de orvalho.
Ter só dedos e dentes é muito triste:
dedos para amortalhar crianças,
dentes para roer a solidão,
enquanto o verão pinta de azul o céu
e o mar é devassado pelas estrelas.
Porém eu procuro-te.
Antes que a morte se aproxime, procuro-te.
Nas ruas, nos barcos, na cama,
com amor, com ódio, ao sol, à chuva,
de noite, de dia, triste, alegre — procuro-te.
Eugénio de Andrade, in "As Palavras Interditas"
Praia de Albarquel
Setúbal
Junho de 2010
Jorge Soares
Abelha em flor de trevo Branco
Alviães, Palmaz, Oliveira de Azemeis, Aveiro
Julho de 2010
Jorge Soares
Fim de tarde na praia, pessoas, gaivotas, mar de prata....
Praia de Albarquel, Setúbal
Junho de 2010
Jorge Soares
amo aqueles que só sabem amar
enfrentando a vida
porque passam pela loucura.
amo aqueles que buscam o sol
por entre o escuro
porque amam sós.
amo aqueles que abandonam o passado
enfrentando a vida
porque procuram soluções.
amo aqueles que percorrem o mundo
sempre em busca do amor
porque conhecem a dor.
amo aqueles que sonham no acordar
por entre frases soltas
porque seus olhos reflectem amar.
amo aqueles que só sabem viver no acordar.
(Poema de Ricardo Biquinha in Luz.de.Tecto)
Mulher passeia na praia de Albarquel
Setúbal
Junho de 2010
Jorge Soares
Mercado Medieval de Óbidos.
Julho de 2010
Jorge Soares
Nome
Não há raças, há seres
Não há religiões, há crenças
Há fome, muita fome
Há doenças imensas
Sem nome
Não há seres, não há raças
Não há crenças nem religiões
Há fome, muita fome
Há doenças imensas
Sem nome
Há tantos seres de todas as raças
Cheios de fome
Armas imensas sem nome
Doenças e tantas desgraças
Com nome
(Poema de João Sevivas)
Algures em Troia
Setúbal
Junho de 2010
Jorge Soares
Criança Eterna
Vi nos voos dos pássaros
O entardecer escapar-se por entre
Os traços verdes do arvoredo.
Sob os olhos do anoitecer uma alma
Amparada no florir de um beijo
Em instantes de sol e doçura;
Um coração a sangrar por nada ter
Para dar e tudo perder e um homem
Que toda a sua riqueza consigo transporta.
E vi sombras de fogo num peito,
Uma alegria descontente em horas
Que são minutos quando dois corpos
Em seu leito se enamoram; e vi bolsos
De mar e de luz no desassossego
E em tudo vi a criança eterna…
Vi-me a mim.
De Alves Bento Belisário in, Inquietudes, pág. 38 (2005)
Retirado de Poesia Portuguesa