De passeio por Mérida 2
Fim de tarde em Mérida, o calor nunca abranda.
Mérida, Espanha
Agosto de 2010
Jorge Soares
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Fim de tarde em Mérida, o calor nunca abranda.
Mérida, Espanha
Agosto de 2010
Jorge Soares
Cansado do movimento
Que percorre a linha recta
Fui ficando mais atento
Ao voo da borboleta
Fui subindo em espiral
Declarando-me estafeta
Entre o corpo do real
E a veia do poeta
Mas ela não se detecta
À vista desarmada
E o sangue que lá corre
Em torrente delicada
É a lágrima perpétua
Sai da ponta da caneta
Vai ao fim da via láctea
E cai no fundo da gaveta
Ai de quem nunca guardou
Um pouco da sua alma
Numa folha secreta
Ai de quem nunca guardou
Um pouco da sua alma
No fundo duma gaveta
Ai de quem nunca injectou
Um pouco da sua mágoa
Na veia do poeta
Rui Veloso
Borboletas no jardim...
Setúbal, Outubro de 2008
Jorge Soares
De passeio pelo caminho dos moinhos na Serra do Louro em Palmela
Palmela, Setúbal, Outubro de 2010
Jorge Soares
De passeio por Mérida
Agosto de 2010
Fim de tarde no Parque das nações
Lisboa, Agosto de 2010
Jorge Soares
VERBO SER
Que vai ser quando crescer?
Vivem perguntando em redor. Que é ser?
É ter um corpo, um jeito, um nome?
Tenho os três. E sou?
Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito?
Ou a gente só principia a ser quando cresce?
É terrível, ser? Dói? É bom? É triste?
Ser; pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas?
Repito: Ser, Ser, Ser.
Que vou ser quando crescer?
Sou obrigado a? Posso escolher?
Não dá para entender. Não vou ser.
Vou crescer assim mesmo.
Sem ser Esquecer.
Carlos Drummond de Andrade
Não damos pelo tempo, ainda ontem dormias encima do meu peito a ouvir bater o meu coração.. e de repente, sem que apenas demos por nada.... já és alguém, com ideias, desejos, reivindicações, sonhos... daqui a nada estás a fazer pela vida.. e não demos por nada... porque cá por dentro, continuas a ser aquela bebé doce e risonha que um dia como hoje apareceu nas nossas vidas e fez mudar o nosso mundo para sempre.
Setúbal, Outubro de 2010
Jorge Soares
Eu queria ser astronauta .. o meu país não deixou !
Depois quis ir jogar á bola .. a minha mãe não deixou
!
Tive vontade de voltar á escola .. mas o doutor não
deixou !
Fechei os olhos e tentei dormir .. aquela dor não
deixou !
Oh meu anjo da guarda faz-me voltar a sonhar ..
Faz-me ser astronauta e voar !
O meu quarto é o meu mundo ... o ecrã é a janela !
Não choro em frente à minha mãe ... eu que gosto tanto
dela !
Mas esta dor não quer desaparecer ... Vai-me levar com
ela !
Acordar meter os pes no chão ... levantar pegar no que
tens mais à mão !
Voltar a rir .. Voltar a andar .. Voltar! Voltar!
voltarei ! voltarei !! voltarei .. voltarei !!
voltarei !! voltarei !!
voltarei!! .. voltarei !!
Acordar meter os pes no chao ... levantar pegar no que
tens mais à mão !
Voltar a rir .. Voltar a andar .. Voltarei!
Tim
Barragem de Montargil, Junho de 2010
Jorge Soares
O Outono vai-se instalando, aproveitamos o fim de semana para um pequeno passeio pela serra do Louro, de Palmela aos moinhos e de volta a Setúbal, pelo caminho paramos para apanhar figos e eu aproveitei para olhar.
Serra do Louro, Setúbal
Outubro de 2010
Jorge Soares
Brinquedo
Foi um sonho que eu tive:
Era uma grande estrela de papel,
Um cordel
E um menino de bibe.
O menino tinha lançado a estrela
Com ar de quem semeia uma ilusão;
E a estrela ia subindo, azul e amarela,
Presa pelo cordel à sua mão.
Mas tão alto subiu
Que deixou de ser estrela de papel.
E o menino, ao vê-la assim, sorriu
E cortou-lhe o cordel.
Miguel Torga, Diário I, 1941
É giro quando os sonhos se cumprem... sonhos de meninos, que até podem ser graúdos...
Voando papagaio num fim de tarde na praia da Figueirinha
Setúbal, Outubro de 2010
Jorge Soares
src="http://lh3.ggpht.com/_5l7NU0LdPt4/TLoLHdmTiQI/AAAAAAAAVOQ/rQrUQeWYP7E/s800/DSC07924.JPG" alt="Libelinha vermelha" />
Esta foi a última que vi este ano... o ano passado por esta altura num passeio pelo sopé da serra vi muitas, este fim de semana passei pelos mesmos lugares... nem uma... pró ano há mais.
Setúbal
Outubro de 2010