Londres: Tower Bridge 2
É bonita a ponte ... segundo os jornais do dia a seguir, este foi o dia mais quente do ano.. ou seja, o verão de Londres este ano foi à segunda feira ...e eu estive lá :-)
Tower Bridge
Londres, Agosto de 2011
Jorge Soares
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É bonita a ponte ... segundo os jornais do dia a seguir, este foi o dia mais quente do ano.. ou seja, o verão de Londres este ano foi à segunda feira ...e eu estive lá :-)
Tower Bridge
Londres, Agosto de 2011
Jorge Soares
Deitou-se, o corpo dorido sobre o tapete macio do quarto.
O sono fugira-lhe por entre os dedos, como uma memória tardia.
Por um segundo, desejou ser pássaro, gaivota ou simples rouxinol, sem mais palavras que o cantar trinado das manhãs.
Porque teria que ser tudo… tão complicado?
Porquê… tantos porquês?
Já dizia o célebre escritor romano Públio Siro “ Ninguém pode fugir ao amor e à morte “.
Fechou os olhos. Divagava.
Não queria fugir.
Nem ficar.
Não queria estar… nem deixar de estar.
Que angústia, a de querer nada ser, nada sentir, nada sofrer.
Simplesmente adormecer.
E descobrir em sonhos uma razão maior para continuar a respirar…
Pôr do Sol em Monsaraz, Julho de 2011
Jorge Soares
É curioso, não tinha dado pelo azul da ponte até que estive ao pé dela, mas é, azul.... e cheia de trânsito e de gente, ... e de sombras.... grrr.
Londres, Agosto de 2011
Jorge Soares
PS:tenho 625 fotografias de Londres.. preparam-se para a dose que por aí vem.
Essa chuva,
recorda-me o pranto da pedra
onde não há nada
que disfarce
a maciez do seu olfacto.
Ardósia salpicada
de lamentos
ébria de amor e mar revolto,
Faz-me lembrar
o odor da sua pele,
do lírio encharcado
em gotas de maresia salgada.
Essa chuva,
recorda-me o pranto da pedra
Mata de Albergaria, Parque nacional da Peneda Gerês
Novembro de 2010
Jorge Soares
O Alqueva nos arredores da nova Aldeia da Luz
Julho de 2011
Jorge Soares
Gosto do Alentejo
Gosto menos dos campos felizes,
Exuberantes, sempre vestidos
De verdes macios…
Não recebo deles aquela inquietação
Que os campos mais tristes
Por vezes me dão!
Gosto mais do Alentejo,
Do meu!...
De Moura onde nasci,
A Beja, Santa Victória,
Onde nasceu o meu amor por ele!
Gosto do meu Alentejo – Tragédia!
Imenso, quente e nu!
Gosto da sua terra de barro
Da cor da carne viva!
Gosto de ouvir dizer
Chaparro, tarro, seara,
Almeara, restolho,
Palavras musicais
Fortes, gostosas,
Que o alentejano diz arrastando
Como se arrasta a saudade,
E a ansiedade da sua alma
De homem solitário,
Que tem pudor do riso
E orgulho no canto,
- Esse estranho pranto
Dos sonhos que tem sem se aperceber!...
Gosto do meu Alentejo
De Inverno frio, arrepiante,
Onde só um ventinho cante!
Gosto das suas tardes de Verão,
De calma sufocante,
Onde nem pássaros cantem
E só a cigarra cante!
Gosto da terra!
Da terra que se oferece
Ali, à luz do dia!
Dessa terra fecunda,
Como um ventre macio
Que por amor de Deus
Concebe o Pão – o nosso Pão,
Em toda a imensidão
Duma nudez sem pecado!
Gosto do meu Alentejo só,
Tragicamente mudo
Sob o olhar azul do céu!
Gosto de ver bailar
O silêncio mais a escuridão
Nas noites sem Luar!
E, de dia…
O que impõe o Alentejo,
O que nele me seduz,
É ver o silêncio
Mais a solidão,
A gerar o pão
Em bebedeiras de luz!...
Maria José Travelho Rijo
Primavera de 1955
Retirado de aqui
O Sol do fim de tarde por entre as ruínas do Castelo de Monsaraz
Julho de 2011
Jorge Soares
A vila de Monsaraz é uma das mais antigas povoações portuguesas, a Sul do Tejo. A sua ocupação data dos tempos pré-históricos, contando-se nos arredores cerca de centena e meia de monumentos megalíticos. O próprio monte onde foi construída a vila foi provavelmente um povoado pré-histórico fortificado, e no Arrabalde existe uma vasta necrópole rupestre pré-romana, de sepulturas antropomórficas cavadas na rocha viva.
O primitivo castro pré-histórico foi mais tarde romanizado e depois sucessivamente ocupado por visigodos, árabes, moçárabes e judeus e a seguir à reconquista foi cristianizado.
A palavra Xarez ou Xerez equivalia, durante o domínio muçulmano na Península, à forma arábica SARIS ou SHARISH. O equivalente em castelhano do vocábulo português xara é Jara. Assim Xarez ou Xerex apresenta os equivalentes arcaicos castelhanos de Jaraez ou Jarás que conduziram, por corrupção, às formas actuais de Jerez castelhano e do Xarez portuguesa.
Monsaraz pode significar, portanto, Monte Xarez ou Monte Xaraz, cerro erguido no coração de uma terra à margem do Guadiana, antigamente povoada por um impenetrável brenhal de estevas ou xaras e que, pela excelência de condições estratégicas - posição de altura com cobertura defensiva de um grande e profundo rio - recomendava, naquele sítio inacessível, a fundação de um povoado.
Em 1157, foi conquistada aos mouros por Geraldo Sem Pavor, mas em 1173 torna a cair em poder dos almôadas, na sequência da derrota de D. Afonso Henriques em Badajoz. D. Sancho II, auxiliado por cavaleiros dos Templários, conquista Monsaraz definitivamente em 1232 e faz a sua doação à Ordem do Templo.
O repovoamento cristão de Monsaraz e do seu termo só vem a ocorrer no tempo de D. Afonso III e foi obra do cavaleiro Martim Anes, que parece ter sido também primeiro Alcaide de Monsaraz. Em 1263, é já uma importante povoação fortificada e também sede de um concelho pericito e dotado com os mais amplos privilégios jurídicos: possui já a primeira carta de foral expedida por D. Afonso III.
Neste período de ocupação cristã de Monsaraz, o povoador Martim Anes começou a levantar a noca alcarçova e os cavaleiros das Ordens Militares e o clero secular deram inicio à construção dos templos primitivos de Santa Maria da Lagoa e de Santiago, da Ermida de Santa Catarina, no Arrabalde, do Hospital do Espírito Santo e da Albergaria.
A economia era fundamentalmente agrícola e pastoril, verificando-se paralelamente um apreciável desenvolvimento das pequenas indústrias da olaria tosca, dos cobres martelados e dos chocalhos, e o artesanato grosseiro dos tecidos de lã e linho.
Em 1319, Monsaraz é erigida comenda da Ordem de Cristo e fica na dependência de Castro Marim e nesta altura começa a ser construído o edifício gótico do primitivo tribunal, decorado a fresco com o famoso painel alegórico à justiça terrena. É também nesta altura que data a torre de menagem (época dionisina).
Em 1412, por doação do condestável a seu neto D. Fernando, Monsaraz é integrada na sereníssima Casa de Bragança e passa, em matéria de tributação fiscal, a construir um dos mais preciosos e fartos vínculos da grande casa ducal portuguesa.
Em 1512, D. Manuel manda reformar o foral de Monsaraz e regula a vida pública do concelho e da vila por novo diploma jurídico e a confraria da Misericórdia de Monsaraz fica definitivamente instituída na Matriz de Santa Maria da Lagoa.
A grave crise demográfica de 1527, causada pela peste que alastrava em Portugal, faz com que, por ordem do Duque de Bragança, e como medida de fixação demográfica local, se esboce uma modesta reforma agrária, que se traduziu no parcelamento das terras comunais concelhias. A paisagem do minifundio nos arredores de Monsaraz resulta ainda da partilha quinhentista das terras comunais.
A sua posição de vila medieval acastelada, o impetuoso progresso das aldeias dos Reguengos, situadas numa planície de fácil acesso e enriquecida pelo esforço dos moradores, no que respeita ao artesanato Janeiro e da grande lavra das vinha, juntamente com a tradicional fidelidade do ideário montessarense aos princípios políticos do absolutismo, faz com que a transferência da sede do concelho se faça de Monsaraz para Reguengos de Monsaraz, em 1840.
Fonte Monsaraz.com
Fim de tarde em Monsaraz, vistas desde as muralhas.
Alentejo, Julho de 2011
Jorge Soares
Fim de tarde em Monsaraz, Alentejo
Julho de 2011
Jorge Soares
Insónia Alentejana
Pátria pequena, deixa-me dormir,
Um momento que seja,
No teu leito maior, térrea planura
Onde cabe o meu corpo e o meu tormento.
Nesta larga brancura
De restolhos, de cal e solidão,
E ao lado do sereno sofrimento
Dum sobreiro a sangrar,
Pode, talvez, um pobre coração
Bater e ao mesmo tempo descansar...
Miguel Torga
Monsaraz, Alentejo
Julho de 2011
Jorge Soares