365 Oportunidades para ser feliz
Por favor, nunca desistam de ser felizes
Jorge Soares
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Por favor, nunca desistam de ser felizes
Jorge Soares
A compreensão de outrem somente progredirá com a partilha de alegrias e sofrimentos.
Albert Einstein
Parque das nações, Lisboa
Janeiro de 2012
Jorge Soares
Aprendi com as Primaveras a me deixar cortar para poder voltar sempre inteira.
Cecília Meireles
Portalegre, Dezembro de 2011
Jorge Soares
De mim, que tanto falam
Quero que reste o que calei
Que tanto rezam por mim
Quero que fique o que pequei
De mim, que tanto sabem
Quero que saibam que não sei...
Martha Medeiros
Beco das Lobas
Setúbal, Maio de 2012
Jorge Soares
Fantasma
Para onde vais, assim calado,
de olhos hirtos, quieto e deitado,
as mãos imóveis de cada lado?
Tua longa barca desliza
por não sei que onda, límpida e lisa,
sem leme, sem vela, sem brisa...
Passas por mim na órbita imensa
de uma secreta indiferença,
que qualquer pergunta dispensa.
Desapareces do lado oposto
e, então, com súbito desgosto,
vejo que teu rosto é o meu rosto,
e que vais levando contigo,
pelo silêncioso perigo
dessa tua navegação,
minha voz na tua garganta,
e tanta cinza, tanta, tanta,
de mim, sobre o teu coração!
Cecília Meirelles
Sombras num dia de inverno
Portalegre, Dezembro de 2011
Jorge Soares
Brisa
Os teus olhos irônicos assaltam-me.
Ofereço-te flores
levo-te ao sol
afago-te as dores inúteis.
Encomendo-te a felicidade.
Abraço-te para definir o amor alheio a qualquer palavra inútil.
Durmo contigo numa noite escura
e o teu coração se cala
abrindo janelas ao gesto infindo.
Ensinas-me que a vida é tecido raro
que é curta a distância entre o riso e o choro.
E o meu corpo,
um traço imprevisto
na curvatura de teu braço a encontrar os céus.
Portalegre
Dezembro de 2011
Jorge Soares
hoje eu quero ouvir tuas palavras sobre luzes
e sobre rosas.
quero ver teus olhos que me convidam a viajar pela magia do universo
não romperei o silêncio.
não tocarei uma sinfonia.
não abrirei a boca.
tu? tu nem ouvirás os meus passos.
mas a pétala da rosa ao cair pelos confins do infinito
resvalando no teu coração
ah, essa tu ouvirás!
Rita Schultz
A última pétala da última rosa num dia de sol de Inverno
Setúbal, Dezembro de 2011
Jorge Soares
Três estrelas de alumínio
A luzir num céu de querosene
Um bêbedo julgando-se césar
Faz um discurso solene
Sombras chinesas nas ruas
Esmeram-se aranhas nas teias
Impacientam-se gazuas
Corre o cavalo nas veias
Há uma luz branca na barraca
Lá dentro uma sagrada família
À porta um velho pneu com terra
Onde cresce uma buganvília
É o presépio de lata
Jingle bells, jingle bells,
Oiçam um choro de criança
Será branca negra ou mulata
Toquem as trompas da esperança
E assentem bem qual a data
A lua leva a boa nova
Aos arrabaldes mais distantes
Avisa os pastores sem tecto
Tristes reis magos errantes
E vem um sol de chapa fina
Subindo a anunciar o dia
Dois anjinhos de cartolina
Vão cantando aleluia
É o presépio de lata
Jingle bells, jingle bells,
Nasceu enfim o menino
Foi posto aqui à falsa fé
A mãe deixou-o sozinho
E o pai não se sabe quem é
É o presépio de lata
Jingle bells, jingle bells
Rui Veloso
Ouvir no A Música Portuguesa
Portalegre, Dezembro de 2012
Jorge Soares
Poema de Natal
Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.
Vinicius de Moraes
Seja como as ondas do mar
que mesmo quebrando contra os obstáculos,
encontram força para ...
recomeçar.
S. Bambarèn
Jorge Soares