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Momentos e Olhares

A vida é feita de momentos, alguns são apagados, levados pelas ondas da vida, outros ficam, perduram na nossa memória e fazem de nós o que somos, olhares, vivências, recordações e saudade! -Jorge Soares

Momentos e Olhares

A vida é feita de momentos, alguns são apagados, levados pelas ondas da vida, outros ficam, perduram na nossa memória e fazem de nós o que somos, olhares, vivências, recordações e saudade! -Jorge Soares

O vento da vida pôs-te ali

Folha

 

Tu eras também uma pequena folha 
que tremia no meu peito. 
O vento da vida pôs-te ali. 
A princípio não te vi: não soube 
que ias comigo, 
até que as tuas raízes 
atravessaram o meu peito, 
se uniram aos fios do meu sangue, 
falaram pela minha boca, 
floresceram comigo.


Pablo Neruda


Uma folha de plátano num banco de jardim

Setúbal, Outubro de 2012

Jorge Soares



Não sei caminhos de cor.

Caminhos

 

Por Todos os Caminhos do Mundo

 

A minha poesia é assim como uma vida que vagueia 
                                                    pelo mundo, 

por todos os caminhos do mundo, 
desencontrados como os ponteiros de um relógio velho, 
que ora tem um mar de espuma, calmo, como o luar 
                                                    num jardim nocturno, 

ora um deserto que o simum veio modificar, 
ora a miragem de se estar perto do oásis, 
ora os pés cansados, sem forças para além. 

Que ninguém me peça esse andar certo de quem sabe 
                                                    o rumo e a hora de o atingir, 
a tranquilidade de quem tem na mão o profetizado 
de que a tempestade não lhe abalará o palácio, 
a doçura de quem nada tem a regatear, 
o clamor dos que nasceram com o sangue a crepitar. 

Na minha vida nem sempre a bússola se atrai ao mesmo 
norte. 
Que ninguém me peça nada. Nada. 
Deixai-me com o meu dia que nem sempre é dia, 
com a minha noite que nem sempre é noite 
como a alma quer. 

Não sei caminhos de cor. 

Fernando Namora, in 'Mar de Sargaços'

 

Mérida, Agosto de 2010

Jorge Soares

As mudanças do tempo

Eu escrevi um poema triste


Eu escrevi um poema triste
E belo, apenas da sua tristeza.
Não vem de ti essa tristeza
Mas das mudanças do Tempo,
Que ora nos traz esperanças
Ora nos dá incerteza...
Nem importa, ao velho Tempo,
Que sejas fiel ou infiel...
Eu fico, junto à correnteza,
Olhando as horas tão breves...
E das cartas que me escreves
Faço barcos de papel!

 

Mário Quintana

 

Setúbal, Outubro de 2012

Jorge Soares

O meu querido inverno

Meu querido inverno

 

A pálida luz da manhã de inverno

 

A pálida luz da manhã de inverno,  
O cais e a razão   
Não dão mais esperança, nem menos esperança sequer,   
Ao meu coração.  
O que tem que ser   
Será, quer eu queira que seja ou que não.  

No rumor do cais, no bulício do rio   
Na rua a acordar   
Não há mais sossego, nem menos sossego sequer,   
Para o meu 'sperar.   
O que tem que não ser   
Algures será, se o pensei; tudo mais é sonhar.  

 

Fernando Pessoa

 

Ando preguiçoso, nos últimos dois meses a máquina não saiu do aconchego da sua mochila uma única vez.. e já me faltam as imagens do inverno para colocar aqui... o que vale é que há sempre os outros invernos.

 

As últimas folhas num castanheiro

Póvoa Dão, Viseu.

Dezembro de 2012

Jorge Soares

Pilotos

Pilotos

 

ÚLTIMO POEMA DO MARINHEIRO


O marinheiro encontrou o seu caminho no mar. 
Mas uma noite, de repente, 
o mar foi vazando, vazando, 
até que secou completamente. 

Seu barco, solitário 
sobre o fundo do abismo, 
torna-se uma coisa grotesca e sem sentido. 

Estrangeiro entre os homens da terra, 
caminha o marinheiro por estradas inúteis, 
levando nos olhos um mistério verde 
e na boca o amargor de tanto sal. 

Contudo, nas noites de muito vento, 
debruça-se na murada do tempo 
e, enquanto espera o retorno do mar, 
inaugura caminhos de cinza e de nada.

 

Thiago de Mello

 

Nas margens do Sado

Setúbal, Outubro de 2012

Jorge Soares

Quero o meu primeiro beijo

Quero o meu primeiro beijo

 

O primeiro beijo


Recebi o teu bilhete
Para ir ter ao jardim
A tua caixa de segredos
Queres abri-la para mim

E tu não vais fraquejar
Ninguém vai saber de nada
Juro não me vou gabar
A minha boca é sagrada

De estar mesmo atrás de ti
Ver-te da minha carteira
Sei de cor o teu cabelo
Sei o shampoo a que cheira

Já não como já não durmo
E eu caia se te minto
Haverá gente informada
Se é amor isto que eu sinto

Quero o meu primeiro beijo
Não quero ficar impune
E dizer-te cara a cara
Muito mais é o que nos une
Que aquilo que nos separa

Promete lá outro encontro
Foi tão fugaz que nem deu
Para ver como era o fogo
Que a tua boca prometeu

Pensava que a tua lingua
Sabia a flor do jasmim
Sabe a chiclete de mentol
E eu gosto dela assim

Quero o meu primeiro beijo
Não quero ficar impune
E dizer-te cara a cara
Muito mais é o que nos une
Que aquilo que nos separa


Rui Veloso

 

Ouvir aqui

 

Parque Urbano de Albarquel

Setúbal, Outubro de 2012

Jorge Soares

De criança poeta e louco ...

De criança poeta e louco, todos temos um pouco

 

..... todos temos um pouco

 

Eles eram 3, a mais pequena andava por ali e imagino que o papagaio fosse seu, mas não me recordo de a ver pegar na corda, vi sim uma mãe muito divertida talvez a reviver momentos de outros tempos, ser criança é a coisa mais bonita que existe... e voltar a ser criança nem que seja por breves momentos é sempre uma enorme alegria.

 

Parque Urbano de Albarquel

Setúbal

Outubro de 2012

Jorge Soares

 

PS: Eu sei a focagem não era bem a que ficou... mas adoro esta fotografia na mesma

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