Destes anos que me levo, dos que perdi no caminho, daqueles que já não lembro ....
O tempo passado
Destes anos que me levo
dos que perdi no caminho,
daqueles que já não lembro
e dos que trago comigo,
ficou tanto por falar
por viver e encontrar.
Tantas histórias perdi,
que nem sei bem se as vivi,
se as encontrei,
apenas sei
que não marcou,
não me lembro – já passou;
E a vida que trago agora
que carrega o passado,
deste presente que passa;
e das histórias que escrevo,
não é já grande fardo,
é apenas o acervo
das coisas que hoje presentes,
não são coisas que passaram,
são histórias
com o sustento,
de quem as vê no futuro.
Do que fica,
do que tenho,
não choro o passado perdido;
que as lembranças que não tenho
são ausências,
só são falta
por desdenhar do que passa
nos dias,
que agora tenho.
JB
Retirado de Luso Poemas
Mesmo no fim do caminho, onde começam os campos que já foram de cultivo e agora são de abandono, estão as ruínas de uma velha casa que já terá sido senhorial, do seu velho esplendor vai restando cada vez menos. Junto ao caminho estão as ruinas do que terá sido um imponente portão, na parte superior há um nicho onde já morou um santo.. quem sabe uma santa, agora está vazio. De cada um dos lados havia uma destas.. da outra resta pouco mais que a parte inferior.. desta resta o que vemos aqui... até que o tempo e o seu lento mas inexorável passar, também a leve.
No Sopé da serra da Arrábida, Setúbal
Abril de 2011
Jorge Soares