E descobrir em sonhos uma razão maior para continuar a respirar…
Poema da insónia
Deitou-se, o corpo dorido sobre o tapete macio do quarto.
O sono fugira-lhe por entre os dedos, como uma memória tardia.
Por um segundo, desejou ser pássaro, gaivota ou simples rouxinol, sem mais palavras que o cantar trinado das manhãs.
Porque teria que ser tudo… tão complicado?
Porquê… tantos porquês?
Já dizia o célebre escritor romano Públio Siro “ Ninguém pode fugir ao amor e à morte “.
Fechou os olhos. Divagava.
Não queria fugir.
Nem ficar.
Não queria estar… nem deixar de estar.
Que angústia, a de querer nada ser, nada sentir, nada sofrer.
Simplesmente adormecer.
E descobrir em sonhos uma razão maior para continuar a respirar…
Pôr do Sol em Monsaraz, Julho de 2011
Jorge Soares