O cisne curioso
O cisne
Jardim do Bonfim,
Setúbal, Novembro de 2011
Jorge Soares
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O cisne
Jardim do Bonfim,
Setúbal, Novembro de 2011
Jorge Soares
Ah, as praias
Ah, as praias longínquas, os cais vistos de longe,
E depois as praias próximas, os cais vistos de perto.
O mistério de cada ida e de cada chegada,
A dolorosa instabilidade e incompreensibilidade
Deste impossível universo
A cada hora marítima mais na própria pele sentido!
O soluço absurdo que as nossas almas derramaram
Sobre as extensões de mares diferentes com ilhas ao longe,
Sobre as ilhas longínquas das costas deixadas passar,
Sobre o crescer nítido dos portos, com as suas casas e a sua gente,
Para o navio que se aproxima.
Álvaro de Campos, Ode Marítima
.... e eu só descobri agora.
Praia do Carvalhal, Grândola, Setúbal
Outubro de 2011
Jorge Soares
A Gaivota
Eu pus um sonho a voar
Nas asas duma gaivota...
Um sonho de liberdade
De paz, amor e carinho;
Num impulso sobre o mar
Ela tomou sua rota
Cheia de força e vontade
De vencer todo o caminho.
Esperei dias, esperei noites
Pelos ventos de mudança...
Mas chegou-me um vento frio
Gélido todos os dias;
Ondas do mar em açoites
Rodopiam numa dança
Batendo no cais vazio
Em alvoradas sombrias.
Talvez a minha gaivota
Tivesse perdido o rumo...
Quem sabe se o sonho voa
Pelas terras de ninguém...
Ou ao lembrar-me em risota
Tenha perdido o aprumo,
Não achando ideia boa
Levar um sonho de alguém.
Talvez tenha sucumbido
Caindo nalguma vaga,
Sem cumprir essa missão
Que eu com afecto pedira;
Talvez não vendo o sentido
Ou achando não ser maga
Largasse o sonho-ilusão
Como mais uma mentira.
Vou ao cais de vez em quando
Como quem inda acredita,
Mas perdendo quase a esperança
De alguma coisa mudar...
De gaivotas vejo um bando,
Vou escolher a mais bonita!
A ver se leva e não cansa,
Este meu sonho a voar.
Joaquim Sustelo
Retirado de aqui
.
Praia do Carvalhal, Troia
Outubro de 2011
Jorge Soares
Na percepção de um mito
acordam-me as manhãs dos dias sem poemas
em que
não me permito sair
da epiderme
camuflagem em que me envolvo
de que me alimento
migalhas de pássaro incerto
na face efígie e fugidia do tempo
eis que, por magia,
(ou metáfora, quem sabe?)
dedilho vagarosa um terço
rolando, entre os nós dos dedos,
um colar de pérolas e sargaço
evoco os deuses
as divindades da primavera
em metamorfose vegetal
refloresço no verbo
no direito pleno da palavra
- poderia dizer-tas, uma a uma, de um dicionário inteiro
(e todas seriam verdadeiras)
melificas audazes
ternas
podia falar-te
de amor, de desejo, de paixão...
de dor desamor cansaço -,
opto pelo silêncio
apenas
na percepção de um mito
tomo meu o teu rosto
num manso afago
os olhos descontidos nos olhos
à enormidade do momento
a luz a fulgir das íris
das pupilas
e
deixo
que te atrevas e
me ensines a novidade tenra dos teus lábios
esculpidos
de um Deus antigo, pelo recorte das águas.
Setúbal, Maio de 2011
Jorge Soares
Tinha estado lá em Abril, alguns dos ninhos tinham ovos, em Julho as crias já estão grandes e as familias passaram a numerosas.
As Cegonhas do Cabo Sardão, Julho de 2011
Jorge Soares
Cegonhas nas escarpas do Cabo Sardão.
Odemira, Alentejo
Abril de 2011
Jorge Soares
Que música escutas tão atentamente
que não dás por mim?
Que bosque, ou rio, ou mar?
Ou é dentro de ti
que tudo canta ainda?
Queria falar contigo,
dizer-te apenas que estou aqui,
mas tenho medo,
medo que toda a música cesse
e tu não possas mais olhar as rosas.
Medo de quebrar o fio
com que teces os dias sem memória.
Com que palavras
ou beijos ou lágrimas
se acordam os mortos sem os ferir,
sem os trazer a esta espuma negra
onde corpos e corpos se repetem,
parcimoniosamente, no meio de sombras?
Deixa-te estar assim,
ó cheia de doçura,
sentada, olhando as rosas,
e tão alheia
que nem dás por mim.
Eugénio de Andrade
Era um cercado com dois burros, gansos, patos... as ovelhas andavam à solta perto de ali... a D. queria ver os burros, num intervalo entre aguaceiros conseguimos chegar até lá, curiosamente não tenho nenhuma fotografia dos outros animais,.. mas estes pardais na cerca chamaram a minha atenção.
Parque de Campismo Zmar, Odemira, Alentejo
Abril de 2011
Jorge Soares
Monte selvagem
Montemor o Novo
Alentejo
Marlço de 2010
Jorge Soares
Aves do Monte selvagem... através da rede.
Monte Selvagem
Montemor o Novo
Alentejo
Março de 2010
Jorge Soares
O voo da garça
Comenda, Setúbal
Fevereiro de 2011
Jorge Soares