Quem tem um amigo ...
Quem tem um amigo, mesmo que um só, não importa onde se encontre, jamais sofrerá de solidão; poderá morrer de saudades, mas não estará só.
Amir Klink
Fim de tarde em Setúbal
Maio de 2012
Jorge Soares
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
Quem tem um amigo, mesmo que um só, não importa onde se encontre, jamais sofrerá de solidão; poderá morrer de saudades, mas não estará só.
Amir Klink
Fim de tarde em Setúbal
Maio de 2012
Jorge Soares
Mar
Tens sabor salgado mas és doce no sorrir
O teu cheiro convida-nos a abraçar-te
Beijas os pés a quem se aproxima
Acenas e cumprimentas com as tuas ondas
Choras as tuas revoltas em nossa direcção
Repousas o teu carinho em pequenas lagoas
Carregas em ti o peso da melancolia
Na tua solidão assobias de forma espiral
No teu interior todos os seres te obedecem
A tua beleza esconde mistérios por revelar
Os rios correm ávidos do teu abraço
E a Lua enamora-se por ti e ensina-te a tua direcção
Deixas que viagem sobre o teu colo
Vais aonde queres no ápice do teu desejo
Tens o poder de transformar o sonho em realidade
No lugar onde adormeces começa o nosso sonho
O vento é o teu mensageiro incondicional
Envias recados às nuvens
Os relâmpagos dançam contigo na noite
E de dia convidas o sol para caminhar contigo.
O mar de Janeiro na Costa da Caparica...
Janeiro de 2011
Jorge Soares
"Malmequer"
Oh, malmequer mentiroso!
Quem te ensinou a mentir?
Tu dizes que me quer bem
Quem de mim anda a fugir!
Desfolhei o malmequer
No lindo jardim de Santarém!
Malmequer, bem-me-quer,
Muito longe está quem me quer bem!
Um malmequer pequenino
Disse um dia à linda rosa:
Por te chamarem rainha,
não sejas tão orgulhosa!
Malmequer não é constante,
Malmequer muito varia!
Vinte folhas dizem morte
Treze dizem alegria!
Desconheço o autor/a,
Mas imortalizado na voz de muitos artistas, e se é para cantar...
Ontem passei o dia a tentar recordar estes versos, eu sabia que eles existiam, mas por mais que me esforcei, não os consegui retirar do lugar perdido da memória onde eles estavam... nem o Google me consegui levar a eles... como que adivinhando, o amigo Manuel hoje deixou-os para todos nós nos comentários a um dos posts .... quem tem visitantes simpáticos, tem tudo.
Obrigado
Setúbal, Maio de 2009
Jorge Soares
Pudesse abrir asas
E voar sobre quintais
Pousaria nas janelas
Como fazem os pardais
Soltaria em cada uma
Um suave chilrear
Obrigando quem lá mora
A abri-las de par em par
Em meu bico entregaria
Uma flor perfumada
Arrancando um sorriso
Até à cara mais fechada
E cantando partiria
Feliz no azul do céu
Sonhando ser como os pardais
Nestes meus sonhos irreais
Asas de pássaro não são braços
Tenho pernas, tenho pés
Os animais não são todos iguais
Gosto do meu fabular
De um dia poder voar
Não quebrem esta ilusão
- Tu estás a divagar!...
Flor
Roubado, devagarinho, do A Alma da Flor
Um pardal num arbusto no Jardim da Algodeia
Setúbal, Agosto de 2008
Jorge Soares
Este blog faz 3 anos, 3 anos em que dia a dia fui alimentando o meu gosto pela fotografia, por partilhar o que vejo, por aprender mais, por apesar de completamente amador, aprender um bocadinho mais cada dia. Sou incapaz de contar quantas fotografias terão por aqui passado, melhores ou piores, com mais ou menos qualidade, com mais ou menos interesse.
O meu gosto pela fotografia existe porque este blog existe, e ele existe porque há quem por cá vá passando, mais ou menos assiduamente, porque gosta ou por puro acaso, curiosamente o blog chegou aos 100.000 visitantes no dia em que fez 3 anos, a todos e cada um de vós o meu muito obrigado pelo tempo que cá passam, muito obrigado pelos simpáticos comentários, pelas criticas construtivas... por simplesmente passarem em silêncio. Eu prometo que tentarei continuar a mostrar os meus momentos, os lugares por onde vou passando... as pequenas coisas que muitas vezes se tornam grandes fotografias.
Jorge Soares
Na casa defronte de mim e dos meus sonhos,
Que felicidade há sempre!
Moram ali pessoas que desconheço, que já vi mas não vi.
São felizes, porque não sou eu.
As crianças, que brincam às sacadas altas,
Vivem entre vasos de flores,
Sem dúvida, eternamente.
As vozes, que sobem do interior do doméstico,
Cantam sempre, sem dúvida.
Sim, devem cantar.
Quando há festa cá fora, há festa lá dentro.
Assim tem que ser onde tudo se ajusta —
O homem à Natureza, porque a cidade é Natureza.
Que grande felicidade não ser eu!
Mas os outros não sentirão assim também?
Quais outros? Não há outros.
O que os outros sentem é uma casa com a janela fechada,
Ou, quando se abre,
É para as crianças brincarem na varanda de grades,
Entre os vasos de flores que nunca vi quais eram.
Os outros nunca sentem.
Quem sente somos nós,
Sim, todos nós,
Até eu, que neste momento já não estou sentindo nada.
Nada! Não sei...
Um nada que dói...
Álvaro de Campos, in "Poemas"
Heterónimo de Fernando Pessoa
Tenho uma amiga que diz que com chuva as cores ficam mais vivas, a julgar por esta fotografia que mostra um pedacinho do Outono no nosso país, ela tem razão.
Outono na Vila do Gerês
Novembro de 2010
Posso escolher o local...
Mas a cor do céu
a cor da água e das ondas
quando a deixo como me é apresentada
isso eu não posso escolher!
E é essa característica que me deixa fascinada
e tantas vezes surpreendida nas fotos que vou colhendo e mostrando.
Gosto da natureza e do que me dá em cada momento.
da cor do sol ao entardecer,
da manhã de chuva,
da tempestade de vento que arrasta a folhagem,
do ar frio e branco da neve,
da noite de luar,
das luzes cintilantes de uma grande cidade
ou as tremeluzentes lâmpadas das aldeias ao longe.
E é porque gosto que mostro!
Parabéns miúda, que faças muitos, cada um o mais feliz do mundo.. tu e os teus merecem.
Jorge Soares
Pode ser que um dia deixemos de nos falar...
Mas, enquanto houver amizade,
Faremos as pazes de novo.
Pode ser que um dia o tempo passe...
Mas, se a amizade permanecer,
Um de outro se há-de lembrar.
Pode ser que um dia nos afastemos...
Mas, se formos amigos de verdade,
A amizade nos reaproximará.
Pode ser que um dia não mais existamos...
Mas, se ainda sobrar amizade,
Nasceremos de novo, um para o outro.
Pode ser que um dia tudo acabe...
Mas, com a amizade construiremos tudo novamente,
Cada vez de forma diferente.
Sendo único e inesquecível cada momento
Que juntos viveremos e nos lembraremos para sempre.
Há duas formas para viver a sua vida:
Uma é acreditar que não existe milagre.
A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre.
Albert Einstein
Zambujeira do mar, Alentejo
Abril de 2010
Jorge Soares
Tenho amigos que não sabem o
quanto são meus amigos.
Não percebem o amor que lhes
devoto e a absoluta
necessidade que tenho deles.
A amizade é um sentimento mais
nobre do que o amor,
eis que permite que o objeto dela
se divida em outros afetos,
enquanto o amor tem intrínseco o ciúme,
que não admite a rivalidade.
E eu poderia suportar,
embora não sem dor,
que tivessem morrido todos os
meus amores, mas enlouqueceria
se morressem todos os meus amigos!
Até mesmo aqueles que não percebem
o quanto são meus amigos e o quanto
minha vida depende de suas existências ….
A alguns deles não procuro, basta-me
saber que eles existem.
Esta mera condição me encoraja a seguir
em frente pela vida.
Mas, porque não os procuro com
assiduidade, não posso lhes dizer o
quanto gosto deles.
Eles não iriam acreditar.
Muitos deles estão lendo esta crônica
e não sabem que estão incluídos na
sagrada relação de meus amigos.
Mas é delicioso que eu saiba e sinta
que os adoro, embora não declare e
não os procure.
E às vezes, quando os procuro,
noto que eles não tem
noção de como me são necessários,
de como são indispensáveis
ao meu equilíbrio vital,
porque eles fazem parte
do mundo que eu, tremulamente,
construí e se tornaram alicerces do
meu encanto pela vida.
Se um deles morrer,
eu ficarei torto para um lado.
Se todos eles morrerem, eu desabo!
Por isso é que, sem que eles saibam,
eu rezo pela vida deles.
E me envergonho,
porque essa minha prece é,
em síntese, dirigida ao meu bem estar.
Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.
Por vezes, mergulho em pensamentos
sobre alguns deles.
Quando viajo e fico diante de
lugares maravilhosos, cai-me alguma
lágrima por não estarem junto de mim,
compartilhando daquele prazer …
Se alguma coisa me consome
e me envelhece é que a
roda furiosa da vida não me permite
ter sempre ao meu lado, morando
comigo, andando comigo,
falando comigo, vivendo comigo,
todos os meus amigos, e,
principalmente os que só desconfiam
ou talvez nunca vão saber
que são meus amigos!
A gente não faz amigos, reconhece-os.
(Vinícius de Moraes)
Cisnes no Jardim do Bonfim, Setúbal
Dezembro de 2009
Vão longe os dias em que era vistosa, mas revive a cada dia em cada pétala que me deixou, perfumando o meu armário de lembranças.
Pétalas que guardo por terem um pedaço de ti. Um pouco do teu sorrir, do teu terno olhar e das palavras sussurradas a cada instante, naquele instante em que após um beijo a colocaste nas minhas mãos.
Hoje sou eu que te ofereço esta Tulipa, que em cada pétala te leva pedaços de mim, do meu sorrir, do meu olhar, do meu sentir…para que mesmo distante me sintas perto e com a certeza de que o que sinto jamais irá murchar.