A Solidão
Sentir-se Rejeitado
Olhar-se mal amado
E pensar em si a culpa, o pecado
Mas não ler no peito a causa, o motivo
De não haver ninguém consigo
Alguém onde chorar, um ombro amigo
Tristeza, penas, abandono
Perde-se a alegria de viver
A alma adoece
E o rosto desvanece
Na vida amargo sono
De uma noite que não quer amanhecer
Quando a amizade é apenas utopia
E o amor unicamente uma ilusão
Sufocam emoções em negro dia
Como um arrocho enforcando o coração
É um olhar que nunca acontece
É um sorriso que tarda em chegar
É um verbo que sofre negação
É uma dor que te cobre como um manto
E transforma o teu rio em mar de pranto
E te assombra esse fantasma, a solidão
Mas se dela desprenderes o olhar
E granjeares uma réstia de luar
Nem tudo está perdido, podes crer
Segura firme a chama que alumia
Pois dentro de ti tens o poder
De transformar a noite em pleno dia
Praia do Meco, Sesimbra, Setúbal
Novembro de 2008
Jorge Soares
Nov 9, 2008,Câmara: SONY DSLR-A350, ISO: 160, Exposição: 1/320 seg., Abertura: 5.6,Extensão focal: 200mm