Há opiniões que nascem e morrem como as folhas das árvores
Há opiniões que nascem e morrem como as folhas das árvores, outras, porém, que têm a duração dos mármores e do mundo.
Marquês de Maricá
Setúbal, Novembro de 2013
Jorge Soares
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Há opiniões que nascem e morrem como as folhas das árvores, outras, porém, que têm a duração dos mármores e do mundo.
Marquês de Maricá
Setúbal, Novembro de 2013
Jorge Soares
Quantas coisas perdemos por medo de perder.
Paulo Coelho
Setúbal, Dezembro de 2012
Jorge Soares
Canção de Outono
Perdoa-me, folha seca,
não posso cuidar de ti.
Vim para amar neste mundo,
e até do amor me perdi.
De que serviu tecer flores
pelas areias do chão,
se havia gente dormindo
sobre o própro coração?
E não pude levantá-la!
Choro pelo que não fiz.
E pela minha fraqueza
é que sou triste e infeliz.
Perdoa-me, folha seca!
Meus olhos sem força estão
velando e rogando áqueles
que não se levantarão...
Tu és a folha de outono
voante pelo jardim.
Deixo-te a minha saudade
- a melhor parte de mim.
Certa de que tudo é vão.
Que tudo é menos que o vento,
menos que as folhas do chão...
Cecília Meireles
Setúbal, Dezembro de 2012
Jorge Soares
Tu eras também uma pequena folha
que tremia no meu peito.
O vento da vida pôs-te ali.
A princípio não te vi: não soube
que ias comigo,
até que as tuas raízes
atravessaram o meu peito,
se uniram aos fios do meu sangue,
falaram pela minha boca,
floresceram comigo.
Pablo Neruda
Uma folha de plátano num banco de jardim
Setúbal, Outubro de 2012
Jorge Soares
Ausência
Um deserto sem água
Numa noite sem lua
Num país sem nome
Ou numa terra nua
Por maior que seja o desespero
Nenhuma ausência é mais funda que a tua
Sophia de Mello Breyner Andresen
Num fim de tarde no Jardim do Bonfim
Setúbal
Outubro de 2012
Jorge Soares
Outono
Tarde pintada
Por não sei que pintor.
Nunca vi tanta cor
Tão colorida!
Se é de morte ou de vida,
Não é comigo.
Eu, simplesmente, digo
Que há fantasia
Neste dia,
Que o mundo me parece
Vestido por ciganas adivinhas,
E que gosto de o ver, e me apetece
Ter folhas, como as vinhas.
Miguel Torga, Diário X (1966)
Uma folha de plátano pintada com as cores do Outono
jardim do Bonfim, Setúbal
Outubro de 2012
Jorge Soares
Outono é outra primavera, cada folha uma flor.
Albert Camus
Jardim do Bonfim,
Setúbal, Outubro de 2012
Jorge Soares
Preparando a Primavera
Durante o outono elas choraram
as dores, em folhas caídas
e um lindo berço prepararam
para as tristes sombras da vida
E já no outono, o sol que nasce
escuta esse arrependimento
e é como se o calor deitasse
a paz na vida, a um só momento.
Virá o inverno - isso é certeza!
- e o frio implacável da neve -
mas diz a lei da natureza
que o inverno terá que ser breve.
Adeus
É um adeus ...
Não vale a pena sofismar a hora!
É tarde nos meus olhos e nos teus ...
Agora,
O remédio é partir discretamente,
Sem palavras,
Sem lágrimas,
Sem gestos.
De que servem lamentos e protestos
Contra o destino?
Cego assassino
A que nenhum poder
Limita a crueldade,
Só o pode vencer a humanidade
Da nossa lucidez desencantada.
Antes da iniquidade Consumada,
Um poema de líquido pudor,
Um sorriso de amor,
E mais nada
Miguel Torga
Uma solitária folha de cerejeira que resistiu mesmo até aos últimos dias do Outono.
Portalegre
Dezembro de 2011
Jorge Soares
Uma folha no Outono
Sumidas as tuas verdes cores nascidas
no bafo dos primeiros raios primaveris;
seca a tua frágil nervura por onde fluiu
o alento do teu cristal, da tua seiva macia;
apagada a voz, o rumorejo viril do teu corpo
sempre ondulando ao sabor do vento,
esse mesmo corpo que a alguns seres
serviu de abrigo e de tenro alimento
__ caíste.
Mas caíste ondulando ainda mais
do que quando do teu primeiro movimento.
A vida, mesmo sumida e perdida,
faz-se sentir até a um último momento.
Caída sobre o chão, agora, folha,
o que será que ainda nos ensinas?
Título: 'Uma folha no Outono'
Autor: Armando Sales Macatrão
Restava esta folha na cerejeira, um fim de Outono solitário e colorido
Portalegre, Dezembro de 2010
Jorge Soares