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Momentos e Olhares

A vida é feita de momentos, alguns são apagados, levados pelas ondas da vida, outros ficam, perduram na nossa memória e fazem de nós o que somos, olhares, vivências, recordações e saudade! -Jorge Soares

Momentos e Olhares

A vida é feita de momentos, alguns são apagados, levados pelas ondas da vida, outros ficam, perduram na nossa memória e fazem de nós o que somos, olhares, vivências, recordações e saudade! -Jorge Soares

Um deste dias vou poder apaixonar-me outra vez

A guitarra

 

Um deste dias vou poder
apaixonar-me outra vez
sem me importar de saber
se vai durar um ano ou um mês

Correr e saltar num dia 
depois não dormir tranquilo
pensar que o amor é isto 
e descobrir que afinal é aquilo

Já não há canções de amor
como havia antigamente
já não há canções de amor

Um destes dias vou ser capaz
de encontrar a felicidade
avançar em marcha atrás
ir de verdade em verdade 

Dizer que o amor é aquilo
que ontem estava descoberto
e ver que no fim duma paixão
espreita sempre um deserto

Já não há canções de amor 
por não haver quem acredite 
já não há canções de amor 
por não haver quem acredite 

E vós almas tão ingénuas
cujo amor não tem saída
que buscais nas tolas canções 
o açúcar que adoça a vida

Não percebeis que é o engano
que prova que há uma chance 
acertar à primeira não é humano
é a essência do romance

Já não há canções de amor
como havia antigamente 
já não há conções de amor 
vou investigar o caso 
com o máximo rigor
tirar a limpo a verdade
que há nas canções de amor 
vou saber se ainda é possível
escrever canções de amor 

 

Rui Veloso

 

Ouvir:

 


Setúbal, Janeiro de 2011

Jorge Soares

Eu gosto da praia à hora das gaivotas

A Hora das Gaivotas

 

Eu gosto da praia
à hora das gaivotas
Quando a maré desce
E tudo fica mais calmo

 

Quando o sol dourado 
despenteia o teu cabelo
e um só sorriso teu
desfaz o meu pesadelo

 

Tens os pés na areia
e um olhar sobre as ondas
por muito que os estendas
não quero que te escondas

 

Sabes o mar é bruto
mas pode ajudar
a ter outra vez
vontade de gostar


ao longe desfaz-se
a linha do horizonte
e tu já voltaste
desse sitio onde foste


protege os teus ombros
com o meu braço esquecido

 

e um só sorriso teu

e eu já não estou perdido

 

eu gosto da praia

à hora das gaivotas

à hora das gaivotas

eu gosto da praia

 

eu gosto de ti

 

Tim

 

 Ouvir

Praia do Carvalhal, Grândola, Setúbal
Outubro de 2011
Jorge Soares

O Resto do Mundo

O resto do Mundo

 

 

Eu queria morar numa favela
Eu queria morar numa favela
Eu queria morar numa favela
O meu sonho é morar numa favela
Eu me chamo de excluido como alguém me chamou
Mas pode me chamar do que quiser seu dotô
Eu num tenho nome
Eu num tenho identidade
Eu num tenho nem certeza se eu sou gente de verdade
Eu num tenho nada 
Mas gostaria de ter
Aproveita seu dotô e dá um trocado pra eu comer...
Eu gostaria de ter um pingo de orgulho
Mas isso é impossivel pra quem come o entulho
Misturado com os ratos e com as baratas
E com o papel higiênico usado
Nas latas de lixo
Eu vivo como um bicho ou pior que isso

Eu sou o resto
O resto do mundo
Eu sou mendigo um indigente um indigesto um vagabundo
Eu sou... Eu num sou ninguém

Eu tô com fome
Tenho que me alimentar
Eu posso num ter nome mas o estômago tá lá
Por isso eu tenho que ser cara-de-pau
Ou eu peço dinheiro ou fico aqui passando mal
Tenho que me rebaixar a esse ponto porque a necessidade é maior do que a moral
Eu sou sujo eu sou feio eu sou anti-social
Eu num posso aparecer na foto do cartão postal
Porque pro rico e pro turista eu sou poluição
Sei que sou um brasileiro 
Mas eu não sou cidadão
Eu não tenho dignidade ou um teto pra morar
E o meu banheiro é a rua
E sem papel pra me limpar
Honra? 
Não tenho
Eu já nasci sem ela
E o meu sonho é morar numa favela
Eu queria morar numa favela
Eu queria morar numa favela
Eu queria morar numa favela
O meu sonho é morar numa favela
A minha vida é um pesadelo e eu não consigo acordar
E eu não tenho perspectivas de sair do lugar
A minha sina é suportar viver abaixo do chão
E ser um resto solitário esquecido na multidão

Eu sou o resto
O resto do mundo
Eu sou mendigo um indigente um indigesto um vagabundo
Eu sou o resto do mundo
Eu num sou ninguém
Eu num sou nada
Eu num sou gente
Eu sou o resto do mundo
u sou mendigo um indigente um indigesto um vagabundo
Eu sou o resto
Eu num sou ninguém

Frustração
É o resumo do meu ser
Eu sou filho da miséria e o meu castigo é viver
Eu vejo gente nascendo com a vida ganha e eu não tenho uma chance
Deus! Me diga por quê?
Eu sei que a maioria do Brasil é pobre
Mas eu num chego a ser pobre eu sou podre!
Um fracassado
Mas não fui eu que fracassei
Porque eu num pude tentar
Então que culpa eu terei
Quando eu me revoltar quebrar, queimar, matar
Não tenho nada a perder
Meu dia vai chegar
Será que vai chegar?
Mas por enquanto

Eu sou o resto
O resto do mundo
Eu sou mendigo um indigente um indigesto um vagabundo
Eu sou o resto do mundo
Eu num sou ninguém
Eu num sou nada
Eu num sou gente
Eu sou o resto do mundo
Eu sou mendigo um indigente um indigesto um vagabundo
Eu sou o resto
Eu num sou ninguém

Eu num sou registrado
Eu num sou batizado
Eu num sou civilizado
Eu num sou filho do Senhor
Eu num sou computado
Eu num sou consultado
Eu num sou vacinado
Contribuinte eu num sou
Eu num sou comemorado
Eu num sou considerado
Eu num sou empregado
Eu num sou consumidor
Eu num sou amado 
Eu num sou respeitado
Eu num sou perdoado
E também sou pecador
Eu num sou representado por ninguém
Eu num sou apresentado pra ninguém
Eu num sou convidado de ninguém
E eu num posso ser visitado por ninguém
Além da minha triste sobrevivência eu tento entender a razão da minha existência
Por quê que eu nasci?
Por quê tô aqui?
Um penetra no inferno sem lugar pra fugir
Vivo na solidão mas não tenho privacidade
E não conheço a sensação de ter um lar de verdade
Eu sei que eu não tenho ninguém pra dividir o barraco comigo
Mas eu queria morar numa favela amigo

 

Gabriel o Pensador

Setúbal

Dezembro de 2009

Jorge Soares

Quem és tu miúda

Quem és tu miúda?

 

Quando passas à minha rua
Como um anjo que flutua
Os teus pés, nunca pisam o chão

E a cada passo teu
Sem saber, eu troco o meu
Como se pisasses o meu coração

E até as flores do jardim
Mudam de cor, ao ver-te assim

Eu já não posso mais conter
Esta ansiedade de te ver

Quem és tu...
Quem és tu...miúuuuda
Nesse sobressalto, desse salto alto
Quem és tu...miúuuuda
Que me atormentas, em câmara lenta
Quem és tu...miúuuuda
Miúda quem és...

Há certos momentos em que eu acho
Que não passas de um golpe baixo
Fantasia, de um pobre coração

Cá vou eu de sentinela
Pôr-me a espreita, na janela
Nem sequer, sei se existes ou não

E até os velhos do jardim
Mudam de tom ao ver-te assim

Eu já não posso mais conter
Esta ansiedade de te ver

 

Os Azeitonas

Ouvir aqui

 

Setúbal, Janeiro de 2011

Jorge Soares

Asas

Asas são para voar 

 

 

 

 

Asas servem para voar,

Para sonhar, ou para planar

Visitar, espreitar, espiar,

Mil casas do ar.

 

As asas não se vão cortar;

Asas são para combater,

Num lugar infinito no vacuo,

Para respirar o ar.

 

Asas servem para voar,

Para sonhar, ou para planar

Visitar, espreitar, espiar,

Mil casas do ar.

 

As asas não se vão cortar;

Asas são para combater,

Num lugar infinito no vacuo,

Para respirar o ar.

 

As asas são

Para proteger, te pintar

Não te esquecer,

Visitar-te, olhar-te, espreitar-te

Bem alto do ar.

 

E só quando quiseres pousar

Da paixão que te roer,

É um amor que vês nascer

Sem prazo, idade de acabar.

Não há leis para te prender

Aconteça o que acontecer.

 

Mas só quando quiseres pousar

Da paixão que te roer,

É um amor que vês nascer

Sem prazo, idade de acabar. (x2)

Não há leis para te prender

Aconteça o que acontecer.

 

Não vejo leis para te prender

Acontença o que acontecer.

Não há leis para te prender

Aconteça o que acontecer..

 

GNR

 

Jardim do Bonfim

Setúbal

Outubro de 2009

Jorge Soares

 

Oct 4, 2009, Câmara: SONY DSLR-A350, ISO: 100, Exposição: 1/500 seg., Abertura: 4.5, Extensão focal: 120mm

 

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