Que vai de céu em céu, De mar em mar
É o vento que me leva.
O vento lusitano.
É este sopro humano
Universal
Que enfuna a inquietação de Portugal.
É esta fúria de loucura mansa
Que tudo alcança
Sem alcançar.
Que vai de céu em céu,
De mar em mar,
Até nunca chegar.
E esta tentação de me encontrar
Mais rico de amargura
Nas pausas da ventura
De me procurar…
Miguel Torga, in ‘Diário XII’
E de repente entrou-me a sodade.
Por do sol na Praiinha
Cabo Verde, Fevereiro de 2010
Jorge Soares