Pusemos tanto azul nessa distância
Pusemos tanto azul nessa distância
ancorada em incerta claridade
e ficamos nas paredes do vento
a escorrer para tudo o que ele invade.
Pusemos tantas flores nas horas breves
que secam folhas nas árvores dos dedos.
E ficámos cingidos nas estátuas
a morder-nos na carne dum segredo.
Natália Correia - de Poemas (1955)
O Sado, o Rio Azul
Setúbal, Junho de 2010
Jorge Soares