um labirinto de ruelas.
À deserta praça
conduz um labirinto de ruelas.
A um lado, o velho paredão sombrío
de uma igreja em ruínas;
a outro lado, o muro esbranquiçado
de um horto de ciprestes e palmeiras,
e, frente a mim, a casa,
e na casa a grade
ante o cristal que levemente empana
sua figurinha plácida e risonha.
Vou ausentar-me. Não quero
chamar a tua janela… Primavera
vem — seu vestido branco
flutua no ar da praça morta — ;
vem acender as rosas
vermelhas de teus rosais… Quero vê-la…
António Machado
Castelo de Vide
Julho de 2013
Jorge Soares